O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encaminha nesta quarta-feira (6) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o texto da Medida Provisória (MP) elaborada para enfrentar os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. A medida visa proteger especialmente os pequenos produtores, considerados os mais vulneráveis ao novo cenário.
Segundo Haddad, o plano está pronto e traz ações como concessão de crédito para empresas afetadas e aumento das compras públicas como forma de compensar as perdas no mercado externo. O ministro reforçou que o detalhamento exigido por Lula não exige que cada caso empresarial esteja previsto em lei, podendo ser regulamentado posteriormente.
“Será um plano muito detalhado para começar a atender, sobretudo, aqueles que são pequenos e não têm alternativas à exportação para os EUA. A maior preocupação é com o pequeno produtor”, afirmou o ministro ao chegar ao ministério.
Haddad criticou a atuação de setores internos no exterior, que, segundo ele, estariam atuando contra os interesses do país. “Temos uma força política interna em Washington trabalhando contra o interesse nacional”, disse, em referência a manifestações recentes de opositores, incluindo uma entrevista de Eduardo Bolsonaro, citada pelo ministro como exemplo de ameaça às instituições brasileiras.
As medidas, segundo o ministro, são uma resposta à tentativa de interferência externa no Judiciário brasileiro e visam garantir a soberania nacional. Ele pediu apoio de empresários e governadores, inclusive da oposição, para formar uma frente de defesa dos interesses do país.
Uma reunião com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, já está marcada para o próximo dia 13. Haddad afirmou que o encontro poderá evoluir para uma reunião de trabalho presencial, dependendo do diálogo inicial.
O ministro também questionou a taxação aplicada aos países sul-americanos, destacando que o Brasil faz parte de um bloco econômico e não deve ser tratado de forma isolada. “O Brasil não pode ser tratado diferentemente do Paraguai, Uruguai, da Argentina, Bolívia. É um bloco econômico, assim como a União Europeia”, concluiu.