Moraes autoriza desconto na pena de condenado por destruir relógio histórico

Decisão do STF permite abatimento de quase dois anos na pena de Antônio Cláudio Alves Ferreira, envolvido nos atos de 8 de janeiro.

Fonte: CenárioMT

- Imagens de câmeras de segurança mostram relógio do século XVII sendo destruído por manifestante golpista.
Foto: Câmera de segurança Palácio Planalto

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (29) o desconto de tempo de prisão na pena de Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado a 17 anos por participação na invasão ao Palácio do Planalto durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. O réu também foi responsabilizado pela destruição de um relógio histórico do século 17, parte do acervo da Presidência da República.

Com a medida, Ferreira poderá abater cerca de dois anos da pena, referentes ao período de prisão preventiva cumprido entre 24 de janeiro de 2023 e 6 de dezembro de 2024. Ele permanece detido em um presídio de Uberlândia (MG).

Em 2023, o STF condenou o réu pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, destruição de patrimônio tombado e associação criminosa armada. Durante o processo, ele confessou sua presença no Planalto e o dano ao relógio, sendo posteriormente localizado e preso pela Polícia Federal em Uberlândia.

O objeto danificado foi fabricado pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot e entregue como presente ao imperador Dom João VI em 1808. A peça foi restaurada com apoio de uma relojoaria suíça e voltou ao acervo do Palácio do Planalto no início deste ano.

Em junho, Ferreira chegou a ser solto por engano por ordem do juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, da Vara de Execuções Penais de Uberlândia, mas a decisão foi revertida por Moraes, e ele retornou à prisão.