Elefanta morre no Santuário de Elefantes em Mato Grosso

Guida e Maia, outra elefanta, foram os primeiros elefantes do santuário e chegaram em Mato Grosso em outubro de 2016. Animal foi encontrado preso e morreu de forma silenciosa.

Fonte: G1 MT

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Guida, uma das primeiras moradoras do Santuário dos Elefantes, morreu — Foto: Santuário de Elefantes Brasil (SEB)

A elefanta Guida, uma das primeiras moradoras do primeiro Santuário de Elefantes da América Latina, localizado em Chapada dos Guimarães, a 65 de km de Cuiabá, morreu na noite da última segunda-feira (24). O anúncio foi feito pelo santuário nessa terça-feira (25).

A causa da morte é desconhecida. Guida foi encontrada presa em uma trilha e morreu ‘de forma silenciosa’ durante o resgate.

Guida e Maia, outra elefanta, foram os primeiros elefantes do santuário e chegaram em Mato Grosso em outubro de 2016. Elas eram atrações em shows de circos na Ásia, foram resgatadas e estavam vivendo em um pequeno sítio em Minas Gerais antes de serem levadas ao santuário em Mato Grosso.

Em uma postagem em rede social, os diretores do santuário lamentaram a morte do animal.

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“Nunca é fácil perder um elefante, mas quando não há sinais e sua luz ainda brilha tão forte, é mais difícil aceitar. Sabemos dos danos que anos de cativeiro podem causar, mas não estávamos preparados para perdê-la”, disse o santuário.

Para os diretores, as outras duas ‘moradoras’ do santuário, Maia e Rana, demonstraram sinais claros de que haviam entendido a perda de Guida.

“Não sabemos o que aconteceu. Ontem a encontramos presa em um lugar que não deveria estar presa. Era uma trilha estreita e ela simplesmente não conseguia levantar sua pata para a frente da outra. Guida é a nossa menina que sempre escolheu seguir os caminhos mais difíceis, esta dificuldade não era comum”, pontuou o santuário.

Os funcionários tentaram tirar o animal do local de onde estava presa mas, o corpo de Guia demonstrava estar exausto e as pernas entortavam ao tentar andar.

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Elefanta Guida morreu no Santuário de Elefantes da América Latina, localizado em Chapada dos Guimarães — Foto: Santuário de Elefantes Brasil (SEB)

Uma retroescavadeira foi usada para tentar ajudá-la e Guida conseguiu dar uns passos. Ela se deitou e não se levantou mais.

“Aplicamos soro intravenoso, a medicamos, tiramos amostras de sangue com a esperança de que descansasse um pouco. Mas após algum tempo, sua respiração começou a oscilar até que simplesmente parou de respirar. Ela se foi silenciosamente e em paz. Não esperávamos que ela se fosse”, lamentou a instituição.

Não se sabe ao certo a idade de Guida e Maia, já que foram sequestradas ainda filhotes na Tailândia e trazidas do país asiático para o Brasil a fim de trabalharem em circos. Mas estima-se que Maia tenha 44 anos e Guida, 42. Normalmente, na natureza, um elefante vive em média 70 anos e, em cativeiro, 35 anos.

Rana é a terceira moradora do santuário e chegou ao local em dezembro de 2018. Assim como Guida e Maia, ela resgatada de um circo e vivia em um zoológico em Sergipe.

Santuário

A área para onde elas foram levadas foi comprada pela ONG Internacional Global Sanctuary for Elephants em maio de 2015, depois de quase dois anos de procura.

Guida e Maia chegaram a Mato Grosso no dia 11 de outubro de 2016, depois de dois dias viagem para percorrer os 1,6 mil quilômetros entre Chapada dos Guimarães e Paraguaçu (MG), onde viviam em um sítio.

Parte dos custos do transporte, estimados em US$ 45 mil pela ONG, foi bancada por doações, feitas por meio de crowdfunding. O santuário também é mantido com doações.

A história das duas elefantas começou a mudar em 2010, depois de uma fiscalização do Ibama. Elas foram confiscadas de um circo na Bahia e levadas provisoriamente para um zoológico baiano. Após acordo com os órgãos de fiscalização responsáveis, foram encaminhadas para um sítio do advogado desse circo, localizado em Paraguaçu (MG).

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No sítio, entretanto, foram constatadas irregularidades. As duas ficavam acorrentadas, sem poderem ter contato uma com a outra, e não tinham um lugar com sombra para ficar. Foi nessa época que o Ministério Público entrou em contato com a ONG Internacional Global Sanctuary for Elephants (Santuário Global dos Elefantes) para que pudesse acolher Guida e Maia.