5G: maioria das cidades escolhidas para teste inicial não estão prontas para adaptação, comenta especialista

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Marcio Guedes 3
Marcio Guedes/Divulgação / MF Press Global
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Marcio Guedes/Divulgação / MF Press Global

A grande notícia da área de tecnologia em 2022, no Brasil, foi sem dúvidas a chegada do 5G e o início de sua implantação nas cidades. Porém, apesar dos anúncios, é preciso reconhecer que ainda estamos em fase de testes.

Para além disso, conforme afirmou o advogado especialista na área, Marcílio Guedes Drummond, boa parte dos locais escolhidos para receber o sinal inicialmente ainda não estão prontos e aptos para tal.

“Podemos citar o exemplo de Campo Grande, que ao lado de outras 14 capitais do Brasil teve a ativação adiada para o mês de novembro, precisamente para o dia 27. É preciso lembrar também que há algumas áreas do Brasil que ainda enfrentam dificuldades de conectividade do 4G que ainda precisam ser sanadas antes de pensarmos em uma nova tecnologia”, falou.

Por uma questão jurídica, também segundo Marcílio, para que haja a implementação da tecnologia 5G nos municípios brasileiros é necessário que suas respectivas câmaras municipais criem leis sobre esta nova tecnologia, por determinação da chamada Lei Geral das Antenas (Lei nº 13.116/2015).

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“O grande problema é que apenas 1% dos 5.568 municípios brasileiros possuem tal legislação. Desse número, apenas 12 são capitais, ou seja, outras 15 delas não estão legalmente preparadas para receber o 5G. As capitais integralmente preparadas com as questões jurídicas até o momento são:Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Curitiba (PR), Brasília (DF) , Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Vitória (ES)”, mencionou.

“Sobre a questão tecnológica, logo de imediato, as pessoas que se conectarem em uma 5G vão experimentar uma velocidade maior para baixar e enviar arquivos pelo celular, além de menos atraso em videochamadas. Essa tecnologia pode ser até 100 vezes mais rápida do que as conexões 4G e terá a chamada baixa latência (um tempo mínimo de resposta entre uma pessoa falar alguma coisa e a outra ouvir o que foi dito, que acontece em ligações pela internet)”, emendou.

Para o especialista, na prática, o 5G vai mudar toda a lógica de trabalho, consumo e diversão. Pense no seguinte: tudo o que você vê durante um passeio na rua emitindo várias informações em tempo real. Desde medição de umidade, temperatura, presença de gás carbônico, passagem de corrente elétrica, até a movimentação das pessoas e animais, tudo em tempo real. É possível conectar coisas, veículos, máquinas, pessoas, equipamentos de telemedicina, tudo isso a partir do 5G.

Ele relembrou que na medicina, é possível um médico salvar a vida de pacientes a quilômetros de distância, utilizando robôs conectados à internet, com movimentos precisos, sem risco de o sinal cair no meio da cirurgia e colocar tudo a perder.

“Parece uma realidade futurística, mas é o que já acontece e avançará no nosso cotidiano nos próximos anos. Porém, nada disso vai acontecer de uma hora para outra, pois a tecnologia avança de forma incremental, cada dia um pouco melhor, cada dia uma nova função funcionando e sendo melhorada”, concluiu.

O advogado contou que a maior dica para lidar com tudo isso é diminuir a resistência com as novidades e entender a importância do Letramento Digital, ou seja, desenvolver um uso e uma convivência natural com a tecnologia.

Sobre Marcílio Guedes Drummond

Marcílio Guedes Drummond é Advogado e especialista em Design de Serviços e Produtos pelo M.I.T. – Massachusetts Institute of Technology. É CEO do Marcílio Drummond – Advocacia Empresarial da Nova Economia (atuação em 10 países). É também especialista em Tecnologia, Inteligência de Negócios, Cultura Digital, Comunicação Influente e Crescimento de Negócios.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.