Profissional do Shibari diz que vincular a técnica a pornografia, vai muito além da falta de cultura

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O termo japonês Shibari, que surgiu no fim do século XX, significa amarrar ou ligar e passou a ser referência à prática erótica de usar cordas para prender o parceiro, técnica ligada ao BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo).

O Shibari é inspirado no hojojutsu, uma técnica sistematizada usada por samurais para restringir criminosos usando cordas, no período Edo. Atualmente, o shibari é visto predominantemente como uma arte erótica.

Porém, conforme reforça o rigger – nome dado a quem faz as amarrações típicas da prática – Arthur Di Braschi/Turo existem muitas outras vertentes como artística, sensual e, apesar de nenhum estudo aprofundado sobre o assunto, a terapêutica, sendo associado ao reiki, Yoga, tantra e outras formas relaxantes e meditativas.

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“Por isso, comparar a técnica a pornografia vai muito além da falta de cultura. É falta de conhecimento mesmo do que está além dos benefícios mais óbvios do Shibari”, critica.

Turo relembra que a prática vem crescendo no Brasil e atribui isso ao fato de que ela saiu de um contexto totalmente ligado ao fetiche e sadomasoquismo clássico e tem ganhado popularidade pela veiculação de vários filmes, séries e inclusive videoclipes de artistas pop envolvendo o tema do BDSM.

“Podemos ter o cunho da sexualidade também, mas Shibari vai muito além do fetiche, a técnica é uma arte que pode proporcionar sensações únicas para a pessoa imobilizada por meio da restrição de movimentos imposta pelas cordas”, falou.

“Hoje já podemos comparar os benefícios da prática aos do Yoga, por exemplo. Ou seja, a conexão entre corpo e mente que nada tem a ver com sexo. E sim ao trabalho de mente e corpo em sintonia”, finaliza.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.