O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, declarou nesta terça-feira (30) que as contaminações por metanol em bebidas alcoólicas configuram um problema estrutural e não têm relação com o crime organizado, como chegou a ser especulado.
Segundo ele, foi criado um gabinete de crise que se reunirá regularmente para monitorar os casos. “Vamos interditar cautelarmente todos os estabelecimentos onde houve consumo dessas bebidas e, a partir disso, aprofundar as investigações com a Polícia Civil e a Secretaria da Fazenda”, explicou.
O governador negou qualquer indício de envolvimento de facções criminosas, ressaltando que os inquéritos apontam para ações isoladas em destilarias clandestinas. Somente em setembro, foram realizadas 43 mil fiscalizações em estabelecimentos no estado.
Tarcísio destacou que mudanças em normas da Receita Federal em 2016 fragilizaram o controle sobre selos de bebidas. Nos últimos dias, operações apreenderam 50 mil garrafas suspeitas e 15 milhões de selos fraudados.
Também foram anunciados canais de denúncia: o 181, da Secretaria de Segurança Pública, e um serviço exclusivo do Procon voltado a bebidas adulteradas. Durante ação em Americana, autoridades fecharam uma destilaria clandestina e prenderam duas pessoas envolvidas na adulteração.
Emergência médica
A intoxicação por metanol é considerada uma emergência grave. O organismo transforma a substância em compostos tóxicos que podem ser fatais. Os principais sintomas incluem visão turva ou perda de visão, além de náuseas, vômitos, dores abdominais e sudorese.
Em casos suspeitos, é essencial buscar imediatamente atendimento médico de urgência e informar possíveis contatos que tenham ingerido a mesma bebida. O diagnóstico precoce aumenta as chances de sobrevivência.