O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou neste sábado (27) que as restrições impostas pelo governo de Donald Trump à sua participação em reuniões da ONU não impedirão o Brasil de firmar parcerias na saúde com outros países.
“Eles podem restringir a circulação de um ministro, mas não podem segurar a circulação da ideia e nem a força do Brasil na cooperação internacional para atrair investimentos”, destacou.
A afirmação foi feita durante visita a obras e à inauguração de novas alas do Hospital Federal do Andaraí, no Rio de Janeiro.
Padilha, sua esposa e sua filha enfrentaram restrições do governo norte-americano, com cancelamento de vistos da esposa e da filha. O visto do ministro já estava vencido desde 2024.
Na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Trump suspendeu parcialmente a proibição de entrada de Padilha, limitando sua circulação a hotel, sede da ONU e instalações médicas. A participação presencial na reunião do Conselho Diretor da OPAS em Washington permaneceu restrita.
Devido às restrições, Padilha optou por não viajar para Washington e afirmou que, embora as reuniões presenciais tenham sido adiadas, os acordos serão realizados no Brasil ou em outros países.
Impacto do tarifaço
Questionado sobre o efeito do tarifaço de Trump nos preços de medicamentos, Padilha afirmou que as tarifas afetam principalmente a indústria exportadora brasileira, mas já estão sendo adotadas medidas para mitigar impactos e manter empregos e produção, com apoio do BNDES.
O ministro destacou que as restrições incentivaram novas parcerias para produção nacional de medicamentos, incluindo insulina, e que empresas americanas estão investindo no Brasil, trazendo tecnologia. Um exemplo é o acordo para produzir vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), que estará disponível no SUS a partir de novembro.
Gravidez planejada
Durante a visita, Padilha apresentou o Implanon, implante contraceptivo, que será distribuído pelo SUS, com 500 mil unidades até o final do ano e 1,8 milhão até 2026. O objetivo é reduzir a gravidez na adolescência.
Hospitais no Rio de Janeiro
O ministro percorreu hospitais no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense, visitando unidades como o Hospital Federal do Andaraí, que teve reabertura de seu Centro de Tratamento de Queimados, serviço de ortopedia e cozinha, após mais de dez anos. O investimento federal na recuperação da unidade soma R$ 600 milhões, com expectativa de conclusão principal das obras no primeiro trimestre de 2026.
