Mortalidade por câncer colorretal pode subir 36% até 2040 no Brasil

Estudo aponta aumento expressivo nas mortes por câncer colorretal, com maioria dos diagnósticos ocorrendo em estágios avançados.

Fonte: CenárioMT

Brasília (DF) 04/08/2025 - Câncer colorretal. Foto: Câmara Municipal de Afonso Claudio/Divulgação
Foto: Câmara Municipal de Afonso Claudio/Divulgação

A mortalidade por câncer colorretal no Brasil pode crescer 36,3% até 2040, segundo o 9º volume do Boletim Info.oncollect, divulgado pela Fundação do Câncer nesta terça-feira (5), no Dia Nacional da Saúde.

O levantamento indica que o aumento das mortes será de 35% entre homens e 37,63% entre mulheres. A Região Sudeste deve concentrar o maior número de óbitos, com um crescimento de 34% projetado.

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De acordo com Alfredo Scaff, coordenador do estudo, 78% das pessoas que morreram foram diagnosticadas com a doença já nos estágios três ou quatro, quando as chances de cura são significativamente reduzidas.

O câncer colorretal, que se desenvolve lentamente e pode começar a partir de pequenas lesões, apresenta sintomas como sangue nas fezes, alterações no hábito intestinal, dores abdominais persistentes e perda de peso sem motivo aparente.

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O boletim reforça que a maioria dos casos fatais foi diagnosticada tardiamente, o que evidencia a ausência de uma política nacional eficaz de rastreamento.

Atualmente, o câncer colorretal é o terceiro mais comum no Brasil, com aproximadamente 45 mil novos casos por ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer.

Scaff destaca que o diagnóstico precoce pode ser realizado por meio de exames simples, como o teste de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia. Em países com programas estruturados de rastreamento, a taxa de sobrevida em cinco anos pode ultrapassar 65%. No Brasil, essa taxa é de 48,3% para o câncer de cólon e 42,4% para o de reto.

Especialistas recomendam que homens e mulheres a partir dos 50 anos façam exames periódicos, com início antecipado para pessoas com histórico familiar ou fatores de risco, conforme orientação médica.

Para mudar o cenário, Scaff defende a implementação urgente de um programa nacional de rastreamento, semelhante ao que já existe para os cânceres de mama e colo do útero.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.