Médicos longevos mostram que paixão mantém carreira ativa após os 80 anos

Três médicos com mais de 80 anos continuam atuando, desafiando o preconceito etário e mantendo rotinas intensas na medicina.

Fonte: CenárioMT

Médicos longevos mostram que paixão mantém carreira ativa após os 80 anos
Foto: José Badim/Arquivo pessoal

A paixão pela medicina impulsiona três especialistas com mais de 80 anos a permanecerem na ativa, provando que idade não é sinônimo de aposentadoria forçada.

A nefrologista Deise de Boni Monteiro de Carvalho, aos 85 anos, acumula 65 anos de trabalho em hospitais. Ela lidera equipes de transplantes renais no Rio de Janeiro e ressalta que não sente preconceito por sua idade ou gênero. “Ainda não pensei em deixar de trabalhar. Eu não sei fazer outra coisa também”, afirma.

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Deise foi pioneira em transplantes renais em São Paulo e é fundadora da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Sob sua coordenação, o Hospital São Francisco realizou 2.751 transplantes renais desde 2013, tornando-se referência nacional.

Cirurgião cardíaco ativo

O cirurgião Henrique Murad, de 82 anos, continua atuando devido ao prazer pelo trabalho. Embora tenha deixado as cirurgias mais complexas após 80 anos por questões de saúde, ele permanece no consultório, no ensino e na editoria de revista médica. Murad enfatiza que o conhecimento de profissionais experientes não deve ser desperdiçado, pois a prática clínica etária traz aprendizado valioso às novas gerações.

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Com mais de 5 mil cirurgias realizadas, Murad também se mantém ativo no Hospital São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro, e abordará etarismo na medicina em evento da instituição.

Rotina diária aos 95 anos

O cirurgião José Badim, com 95 anos, mantém a rotina de quando fundou seu hospital na Tijuca, no Rio de Janeiro, há 24 anos. Ele participa de consultas, visitas e cirurgias diariamente, destacando que a medicina exige atualização constante e envolvimento humano. “Enquanto estiver apto e com as mãos firmes, continuo”, afirma.

Badim acredita que o etarismo não deve limitar profissionais experientes, desde que as condições físicas permitam o trabalho. Ele destaca os avanços tecnológicos que transformaram a cirurgia nos últimos 60 anos e reforça a importância da adaptação contínua na profissão.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.