O etarismo, definido como preconceito ou discriminação por idade, afeta especialmente os idosos em diversos setores da sociedade. No ambiente de trabalho, profissionais mais velhos frequentemente enfrentam exclusão de processos seletivos e falta de oportunidades de capacitação. Na saúde, queixas de idosos são muitas vezes desconsideradas ou atribuídas apenas ao envelhecimento natural, sem avaliação adequada.
Dados do IBGE mostram que a população idosa brasileira cresceu significativamente nas últimas décadas, passando de 8,7% em 2000 para 15,6% em 2023, totalizando 33 milhões de pessoas. Projeções indicam que, em 2070, os idosos representarão cerca de 37,8% da população, cerca de 75,3 milhões de pessoas.
A fisioterapeuta Isabela Azevedo Trindade, presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG, alerta que representações estereotipadas nos meios de comunicação reforçam a ideia de fragilidade e dependência dos idosos. Ela destaca que esse preconceito, muitas vezes internalizado pelos próprios idosos, afeta a saúde física e mental, estimula o isolamento e perpetua a visão negativa do envelhecimento.
Intergeracionalidade
Segundo a especialista, uma estratégia eficaz para combater o etarismo é promover o convívio entre diferentes gerações. Isso inclui mostrar idosos ativos nos meios de comunicação, capacitar profissionais da saúde para evitar atitudes preconceituosas e fomentar políticas públicas de inclusão social e empregabilidade.
Para manter um envelhecimento saudável, é recomendado que as pessoas mantenham hábitos como atividade física, alimentação equilibrada e sono adequado desde cedo. Além disso, a educação geracional é essencial para quebrar estereótipos sobre amor, sexualidade e trabalho na velhice.
Alexandre da Silva, secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, reforça que combater o etarismo envolve aspectos culturais e educativos. Ele destaca que crianças e adolescentes precisam ser ensinados a valorizar o envelhecimento e a respeitar os mais velhos.
História em quadrinhos
Como iniciativa de educação intergeracional, o MDHC lançou a revista em quadrinhos Turma da Mônica em: Intergeracionalidade, que utiliza personagens idosos para ensinar respeito, diversidade e enfrentar o etarismo. O lançamento ocorreu em uma escola pública do Distrito Federal, com a participação de idosos e crianças que convivem diariamente.
Varlinda Lisboa Leite, pensionista de 61 anos, destacou a importância da troca de experiências com o neto de 12 anos, reforçando valores de respeito e aprendizado mútuo. Além disso, o MDHC desenvolve programas de alfabetização e inclusão tecnológica para pessoas idosas, ampliando a participação social e cidadã desse grupo.


















