Consulta pública discute inclusão da vacina herpes no SUS para idosos

O Ministério da Saúde abriu uma consulta pública sobre a incorporação da vacina contra herpes zóster no SUS, voltada a idosos e pessoas imunocomprometidas.

Fonte: CenárioMT

Consulta pública discute inclusão da vacina herpes no SUS para idosos
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O Ministério da Saúde iniciou nesta quarta-feira (17) uma consulta pública para avaliar a inclusão da vacina contra herpes zóster no Programa Nacional de Imunização (PNI). A proposta prevê imunização de idosos com 80 anos ou mais, além de pessoas imunocomprometidas a partir de 18 anos.

A Consulta Pública nº 78 ficará disponível até 6 de outubro na plataforma Participa + Brasil, e já registrou 75 contribuições. Qualquer cidadão pode enviar sugestões e opiniões sobre o tema.

Para participar, é necessário preencher o formulário eletrônico, permitindo o envio de até dois arquivos de apoio. Dados pessoais ou materiais de terceiros sem autorização não podem ser enviados.

As contribuições serão analisadas por uma comissão técnica que decidirá sobre a incorporação da vacina. Os relatórios técnicos da Conitec, que fundamentam a recomendação preliminar para o SUS, estão disponíveis para consulta.

Herpes-zóster

O herpes-zóster, também chamado de cobreiro, resulta da reativação do vírus da catapora e afeta principalmente idosos e pessoas com imunidade baixa. A doença provoca dor intensa, febre e lesões na pele, podendo evoluir para complicações graves, como a neuralgia pós-herpética (NPH), dor persistente mesmo após a cura das lesões.

Entre 2008 e 2024, o SUS registrou mais de 85 mil atendimentos ambulatoriais e 30 mil internações por herpes-zóster, com 1.567 mortes associadas à doença entre 2007 e 2023, principalmente em pessoas com mais de 50 anos.

O tratamento no SUS inclui medicamentos para aliviar sintomas e antivirais como aciclovir em casos graves. Para a NPH, são usados fármacos como amitriptilina, carbamazepina e lidocaína em gel.

Incorporação no SUS

A solicitação da vacina recombinante adjuvada partiu do Departamento do Programa Nacional de Imunizações, da Secretaria de Vigilância em Saúde, junto ao Ministério da Saúde.

A vacina combina uma proteína do vírus varicela-zóster (antígeno gE) com um adjuvante (AS01B) que fortalece a resposta imunológica. É aplicada por via intramuscular, em duas doses de 0,5 mL, com intervalo de dois meses.

Estudos da Conitec indicam eficácia superior a 80% na prevenção da doença e da NPH, além de confirmar a segurança da vacina. Os efeitos adversos mais comuns são dor no local da aplicação, cansaço, dor muscular, dor de cabeça e febre, geralmente leves a moderados.

O custo estimado da vacina, R$ 5,2 bilhões em cinco anos, é considerado elevado. A Conitec concluiu que o benefício não justifica o investimento para o SUS.