Brics busca fortalecer parcerias em saúde pública entre países

Institutos de saúde dos países do Brics se reúnem no Rio de Janeiro para discutir cooperação científica e combate a emergências sanitárias.

Fonte: CenárioMT

Brics busca fortalecer parcerias em saúde pública entre países
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os institutos nacionais de saúde dos países do Brics estão intensificando parcerias técnicas e científicas com o objetivo de enfrentar desafios comuns e aprimorar a preparação para possíveis emergências futuras.

O encontro ocorre no Rio de Janeiro, organizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), representante do Brasil. Uma carta com compromissos e propostas será divulgada na quarta-feira (17).

Segundo Cristian Morales, representante da Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil, “os institutos de saúde pública podem oferecer contribuições significativas, tanto na preparação quanto na resposta a emergências, sejam elas relacionadas a fenômenos naturais, mudanças climáticas ou epidemias. É positivo que países com capacidade científica, produtiva e econômica, como os do Brics, possam desenvolver inovações que ampliem o acesso da população a medicamentos, vacinas e kits de diagnóstico”.

O Brics inclui Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia.

Mariângela Simão, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, destacou o momento global, marcado pela interrupção de financiamentos internacionais por parte dos Estados Unidos, reforçando a importância da união entre os países do Brics:

“Neste cenário global, temos o país mais rico do mundo afastando-se do mundo, enquanto há uma comunhão de países que priorizam a ciência em políticas públicas baseadas em evidências”.

Ela acrescentou que a liderança brasileira no bloco oferece oportunidades para ações que beneficiem a saúde das populações desses países.

Um princípio central para o trabalho conjunto dos institutos é a Parceria pela Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas, firmada em julho na última cúpula do Brics. Este conceito refere-se a doenças influenciadas por fatores sociais, econômicos e ambientais, como desigualdade, falta de saneamento e dificuldade de acesso a serviços médicos, atingindo principalmente populações vulneráveis. Entre essas doenças estão tuberculose, doença de Chagas, malária e hepatites virais.

Outro foco relevante é reduzir a desigualdade no acesso a insumos, tratamentos e inovações, especialmente em países em desenvolvimento.

Lourdes Oliveira, vice-presidente de Saúde Global e Relações Internacionais da Fiocruz, enfatizou: “O objetivo é ampliar o acesso à saúde e à capacidade local de produção, fortalecendo a resposta a emergências e a soberania nacional, especialmente no Sul Global, para evitar cenários críticos como os vividos durante a pandemia”.