A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclareceu nesta quarta-feira (24) que não existem registros no Brasil que associem o uso de paracetamol durante a gravidez a casos de autismo. O comunicado ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugerir uma ligação entre o analgésico e o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O assunto ganhou repercussão entre mães de crianças com autismo, gerando preocupação e sentimentos de culpa em grupos de maternidade e redes sociais. Rayanne Rodrigues, estudante de Farmácia e mãe de uma criança com autismo nível dois de suporte, destacou que a desinformação aumenta a ansiedade das gestantes:
“Nós, como mães atípicas, ficamos preocupadas com o tamanho da desinformação que é repassada. Uma mulher grávida já tem opções limitadas de medicamentos seguros. Muitos se culpam pelo transtorno dos filhos, mas diversos fatores podem ocasionar o autismo.”
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também reforçou a segurança do paracetamol: “O Tylenol é causa do autismo? Mentira! Não existe estudo que comprove relação entre o paracetamol e o autismo. A OMS, Anvisa e agências internacionais afirmam que o medicamento é seguro.”
Repercussão internacional
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que não há evidências científicas conclusivas de ligação entre o uso de paracetamol na gravidez e o autismo. A Agência de Medicamentos da União Europeia reforçou que não há necessidade de alterar as recomendações atuais de uso. Nos Estados Unidos, a FDA iniciou processo para modificar a bula do medicamento e alertar médicos sobre as supostas evidências.
No Brasil, a Anvisa classifica o paracetamol como medicamento de baixo risco, incluído na lista de produtos que não exigem receita médica. O órgão garante que a liberação segue critérios técnicos e científicos rigorosos e mantém monitoramento contínuo do medicamento.