Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão em propriedade rural do MS

Fiscais do Trabalho comprovaram condições precárias no alojamento e falta de equipamentos de segurança; Há ainda indícios de tráfico de pessoas

Fonte: AgênciaGov

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão em propriedade rural do MS -
Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão em propriedade rural do MS -

Fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgataram, em parceria com o Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul (MTP-MS), 20 pessoas que viviam em situação análoga a trabalho escravo, em uma fazenda que exporta limões, no município de Aparecida do Taboado, Mato Grosso do Sul. Dentre os trabalhadores havia um adolescente de 16 anos.

A ação foi feita no dia 15 de fevereiro. No dia seguinte foi realizada a audiência extrajudicial pelo MTP-MS, na sede da Promotoria de Aparecida do Taboado, onde foram firmados dois acordos. Um deles garantia o pagamento de verbas rescisórias dos trabalhadores e o outro é referente a condição digna de trabalho no local.

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Conforme relatório da Auditoria Fiscal do Trabalho, foi identificado as condições precárias no local, como alojamento inadequado. Além disso, não havia equipamentos de segurança individual (EPI) e foi constatado que já houve diversos acidentes de trabalho durante a realização das atividades laborais.

A audiência extrajudicial foi presidida por um procurador do trabalho com os representantes da empresa, assim como os 20 trabalhadores. Ficou acertado a partir daí dois Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), em que a empresa se compromete a adequar o ambiente de trabalho e a pagar verbas rescisórias. Também ficou acordado o pagamento de transporte no valor de R$ 1 mil para o retorno dos trabalhadores a cidade de origem e alimentação no caminho.

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Da parte da empresa ficou acordado ainda os seguintes termos de conduta: fiscalização rigorosa das condições laborais; proibir o trabalho de menores de 18 anos em atividades insalubres ou perigosas; disponibilizar áreas de vivência adequadas (com instalações sanitárias, locais para refeição/preparo de alimentos e alojamentos); fornecer Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); garantir condições adequadas de higiene e conforto no ambiente rural e compensação.

Pela parte da empresa exportadora de frutas houve o compromisso de adequar tudo que foi estipulado nos TACs. Caso não sejam cumpridas receberão multa diária, podendo ocorrer a reversão de valores para campanhas educativas ou em benefício da coletividade.

Como a empresa recusou o acordo dos valores referentes a danos morais e individuais coletivos, o MTP-MS, instaurou ainda, no dia 19 de fevereiro, um inquérito civil para investigação “de toda extensão dos danos causados aos trabalhadores e à sociedade” que ficará sob os cuidados da Procuradoria do Trabalho.

Por: Ministério do Trabalho e Emprego

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Jornalista apaixonada por astrologia, bem-estar animal e gastronomia. Atualmente, atuo como redatora no portal CenárioMT, onde me dedico a informar sobre os principais acontecimentos de Mato Grosso. Tenho experiência em rádio e sou entusiasta por tudo que envolve comunicação e cultura.