A restauração de áreas florestais degradadas no Brasil apresenta viabilidade econômica, segundo o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco.
O posicionamento foi apresentado durante um encontro sobre conservação e restauração ambiental na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, com participação de empresas do setor de silvicultura.
“Temos aqui parceiros que estão provando que é possível gerar lucro e movimento econômico sem depender de filantropia”, afirmou Capobianco.
O secretário enfatizou que, além de combater o desmatamento, o país precisa avançar em ações de restauração para reduzir as emissões de CO₂ entre 59% e 67% até 2035 em relação a 2005, compromisso internacional assumido pelo Brasil.
“Se formos eficientes, podemos chegar a 850 milhões de toneladas de emissões em 2035, um resultado excepcional”, disse Capobianco.
Desmatamento zero
O evento ocorreu a um mês da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém. Capobianco destacou que o governo atual reduziu em 45% a taxa de desmatamento na Amazônia, incluindo avanços no Cerrado e na Mata Atlântica, e caminha para atingir desmatamento zero até 2030.
Anúncio de financiamentos
O BNDES anunciou financiamentos com recursos do Fundo Clima para projetos de restauração ambiental.
Foram liberados R$ 250 milhões para a Suzano recuperar 24 mil hectares de florestas nos biomas Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado, e R$ 100 milhões para o Grupo Belterra desenvolver agroflorestas em parceria com pequenos produtores de cacau em quatro estados.
Terras indígenas
Também foram destinados R$ 10 milhões para recuperação florestal em 61 terras indígenas em Mato Grosso, Tocantins e Maranhão, com apoio da Fundação Bunge.
Florestas comerciais
O projeto BNDES Floresta Inovação investirá R$ 24,9 milhões em silvicultura para manejo sustentável e produção de madeira comercial, incluindo pesquisa e inovação para aumentar produtividade.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou que o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de celulose e que o setor florestal apresenta potencial de investimento, retorno econômico e benefícios ambientais significativos.
COP30
Às vésperas da COP30, a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, afirmou que os anúncios reforçam que o Brasil tem entregas efetivas na área de restauração ambiental e que ainda haverá novos comunicados antes da conferência.