Proporção de brasileiros que moram sozinhos cresce e atinge 18,6% dos lares

Em 12 anos, o número de domicílios unipessoais aumentou significativamente, refletindo mudanças demográficas e sociais no país.

Fonte: CenárioMT

Proporção de brasileiros que moram sozinhos cresce e atinge 18,6% dos lares
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A proporção de brasileiros que vivem sozinhos cresceu 52% entre 2012 e 2024. Em 2024, 18,6% dos domicílios tinham apenas um morador, equivalente a aproximadamente um em cada cinco lares, contra 12,2% em 2012.

O número total de domicílios no país passou de 61,2 milhões, com 7,5 milhões unipessoais em 2012, para 77,3 milhões, sendo 14,4 milhões com apenas uma pessoa, em 2024.

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Os dados são da edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o analista da pesquisa, William Kratochwill, o crescimento de residências unipessoais está ligado ao envelhecimento da população, com a parcela de pessoas com 65 anos ou mais subindo de 7,7% para 11,2% em 12 anos. Quarenta por cento dos lares unipessoais têm ocupantes com 60 anos ou mais.

“São aqueles que ficam viúvos ou cujos filhos formam novas famílias, aumentando a solidão residencial”, explica Kratochwill.

Migração por trabalho

O mercado de trabalho também contribui para o aumento de residências unipessoais, principalmente em grandes centros, onde pessoas se mudam sozinhas para se estabelecer em novos empregos.

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Quatro estados registram mais de 20% de domicílios unipessoais: Rio de Janeiro (22,6%), Rio Grande do Sul (20,9%), Goiás (20,2%) e Minas Gerais (20,1%).

Por outro lado, estados do Norte e o Maranhão apresentam menos de 14%:

  • Roraima: 14,7%
  • Pará: 14,6%
  • Amazonas: 14,1%
  • Amapá: 13,6%
  • Maranhão: 13,5%

Perfil por gênero e idade

Entre os 14,4 milhões de moradores sozinhos em 2024, 55,1% são homens e 44,9% mulheres. A maioria dos homens (57,2%) tem entre 30 e 59 anos, enquanto 55,5% das mulheres unipessoais têm mais de 60 anos, muitas viúvas.

“São pessoas no final do ciclo de vida, com filhos já formados e sem o cônjuge”, afirma Kratochwill.

Outras formas de domicílio

A pesquisa revela que o modelo nuclear de família diminuiu de 68,4% em 2012 para 65,7% em 2024. Domicílios estendidos caíram de 17,9% para 14,5% e compostos de 1,6% para 1,2%, mostrando perda de participação frente aos lares unipessoais.

Distribuição populacional

O Brasil tinha 211,9 milhões de habitantes em 2024, com mulheres representando 51,2%. A população parda passou a ser predominante, com 46,1%, seguida de brancos (42,1%) e pretos (10,7%). Quase 42% da população residia na Região Sudeste, com São Paulo concentrando 22% dos moradores do país.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.