Pesquisadores fazem escavações no DOI-Codi, em São Paulo

Fonte: JORNAL HOJE

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Um grupo de pesquisadores ligados a cinco universidades públicas – como a USP e a Unicamp – começou a fazer, em São Paulo, um trabalho de pesquisa arqueológica no prédio do antigo DOI-Codi, em SP. O órgão foi criado durante a ditadura militar, que torturou e matou opositores do regime.

“Dente, brinco, cabelo. Anel? Exato. Elementos pequenos que caíram que vai nos permitir reconstruir essa história, a partir desses pequenos fragmentos. Porque esses pequenos objetos têm uma história por trás. E a mesma coisa dentro do prédio”, explica Andres Zarankin, professor do departamento de antropologia e arqueologia da UFMG.

Os arqueólogos vão examinar as paredes das celas, para verificar se encontram – nas camadas mais antigas de pintura – mensagens escritas. E uma investigação inédita no país vai tentar encontrar vestígios de sangue invisíveis a olho nu, usando luzes especiais.

A delegacia, dois estacionamentos e mais três prédios faziam parte de um complexo, onde funcionou o extinto DOI-Codi – Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna, em São Paulo.

Os pesquisadores estão trabalhando em dois dos prédios, que estão vazios, nos fundos do antigo complexo. Eles estimam que 7 mil pessoas passaram pelo local entre a criação do destacamento e o fechamento, de 1969 a 1983. Segundo relatos de presos, eles chegavam encapuzados, ficavam detidos em celas sem direito à defesa e eram torturados.

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Quando as análises estiverem concluídas, os pesquisadores querem transformar o endereço num museu.

As escavações devem terminar o dia 14 de agosto. Até lá grupos podem entrar nos prédios em visitas guiadas.

Redatora do portal CenárioMT, escreve diariamente as principais notícias que movimentam o cotidiano das cidades de Mato Grosso. Já trabalhou em Rádio Jornal (site e redação).