O Dia Internacional das Mulheres Rurais, criado pela ONU há 30 anos, é celebrado em 15 de outubro para reforçar a importância das trabalhadoras rurais e a necessidade de garantir seus direitos. A data busca chamar atenção para a desigualdade e informalidade enfrentadas por essas mulheres no campo.
Em uma declaração oficial, a ONU Mulheres ressaltou que as mulheres rurais alimentam comunidades, protegem o meio ambiente e promovem o desenvolvimento sustentável. Investir nelas é considerado essencial para a justiça social e para o futuro coletivo.
A instituição alerta para a situação precária de muitas mulheres em áreas rurais, com risco de 351 milhões ainda viverem em extrema pobreza até 2030, e destaca que essas trabalhadoras são protagonistas em movimentos sociais e econômicos locais e globais.
No Brasil, as mulheres representam 30% da força de trabalho rural e lideram 20% dos empreendimentos rurais, segundo o Censo Agropecuário de 2017. Ainda assim, quase metade não possui vínculo formal, o que limita o acesso a benefícios como licença-maternidade e aposentadoria. Elas também recebem salários até 20% menores que os homens em funções equivalentes e enfrentam dupla jornada, acesso restrito a crédito e exposição a agrotóxicos.
Alessandra Bambirra, auditora-fiscal do Trabalho e representante do DS-MG/Sinait, afirma que valorizar o trabalho feminino no campo é fundamental para garantir direitos e fortalecer o protagonismo econômico e social dessas mulheres.
O Ministério das Mulheres destacou políticas públicas voltadas à autonomia econômica das trabalhadoras rurais, como o Fórum Nacional Permanente de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres do Campo, da Floresta e das Águas, e ações na COP30 para aumentar a participação feminina em debates sobre mudanças climáticas.
O Projeto Rural Sustentável (PRS), iniciado na COP27, atua nos biomas Amazônia e Cerrado para fortalecer cadeias produtivas e ampliar a autonomia financeira das mulheres. Mais de 1.500 beneficiárias participam do projeto, entre elas Sônia Maria de Abreu, de Goiás, e Ediana Capich, de Rondônia, que compartilham experiências sobre os desafios e a dedicação no campo.
Essas histórias evidenciam que, apesar das dificuldades, as mulheres rurais continuam a desempenhar um papel central na produção agrícola e no desenvolvimento sustentável do país.