O Ministério das Relações Exteriores (MRE) classificou como “ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis” as declarações do ministro da Defesa e ex-chanceler de Israel, Israel Katz, que criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em suas publicações, Katz acusou Lula de ser “antissemita declarado” e “apoiador do Hamas”, grupo palestino que controla a Faixa de Gaza. O Itamaraty ressaltou que, como Ministro da Defesa, Katz deve garantir que seu país previna e impeça atos de genocídio contra os palestinos.
O governo brasileiro lembrou que as operações israelenses em Gaza já causaram a morte de 63 mil palestinos, incluindo mulheres e crianças, e impuseram uma política de fome como arma de guerra. Recentemente, o hospital Nasser, em Khan Younis, foi bombardeado, resultando na morte de ao menos 20 pessoas, entre jornalistas e trabalhadores humanitários, e deixando dezenas feridas.
O MRE pediu que Katz assuma responsabilidade e apure a verdade sobre o ataque ao hospital, destacando que Israel está sob investigação da Corte Internacional de Justiça por suspeita de genocídio.
Em outubro de 2023, ataques do Hamas a Israel provocaram mortes e reféns, levando a bombardeios e ao cerco de Gaza. A disputa territorial entre israelenses e palestinos tem raízes históricas antigas.
Rebaixamento
Israel declarou Lula “persona non grata” em fevereiro de 2024, após críticas do presidente brasileiro sobre mortes civis em Gaza. O Brasil retirou seu embaixador do país e não indicou substituto. Recentemente, o governo israelense decidiu rebaixar relações com o Brasil devido à não aceitação do novo embaixador Gali Dagan.
Lula voltou a condenar o genocídio em Gaza, afirmando que crianças são assassinadas como se estivessem em guerra, durante reunião ministerial no Palácio do Planalto, onde também defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU.
Antissemitismo
As críticas de Katz também estão relacionadas à saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), organização que combate o antissemitismo. O Brasil se retirou em julho de 2025, após adesão a ação judicial contra Israel na Corte Internacional de Justiça. Katz acusou Lula de apoiar o Hamas e colocar o país ao lado de regimes que negam o Holocausto.
