O Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, está com os estoques de leite humano abaixo do necessário para atender a demanda do setor neonatal. Atualmente, apenas 22 mulheres contribuem regularmente com doações, número considerado insuficiente.
Para ampliar as doações, a unidade oferece coleta domiciliar na Baixada e na capital do Rio de Janeiro. Um carro vai até a casa da voluntária duas vezes por semana para recolher o leite, oferecendo comodidade e segurança para as doadoras.
Segundo a enfermeira neonatologista Camila Alves, qualquer puérpera saudável com leite excedente pode se tornar doadora, mesmo que não tenha sido paciente da maternidade. O hospital fornece um kit esterilizado com todos os itens necessários, como potes, touca, luvas e etiquetas de identificação.
O processo é simples: a interessada deve enviar, via WhatsApp, os exames pré-natais recentes para avaliação. Aprovada a documentação, o hospital agenda a coleta. A cada visita, um novo kit é entregue. O leite, após ser congelado, tem validade de até 15 dias. Todo o material passa por pasteurização e testes microbiológicos antes de ser oferecido aos recém-nascidos.
O serviço é realizado há nove anos e segue as normas do Ministério da Saúde. Além dos cuidados sanitários, uma nutricionista analisa o teor calórico de cada amostra, garantindo que os bebês recebam o leite adequado às suas necessidades.
O leite materno é essencial para o desenvolvimento saudável dos bebês. Ele reduz o risco de infecções e doenças, fortalece o sistema imunológico e contribui para o ganho de peso. Para as mães, a amamentação também traz benefícios, como redução de hemorragias pós-parto e menor risco de desenvolver alguns tipos de câncer.
Doar leite é um ato de solidariedade que pode salvar vidas. Prematuros internados, que não podem ser amamentados pela própria mãe, dependem dessa generosidade para sobreviver e crescer com saúde.