O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (13), em Roma, que “a fome é irmã da guerra”, durante a abertura do Fórum Mundial da Alimentação promovido pela FAO. Ele explicou que essa relação se manifesta tanto em conflitos armados quanto em barreiras comerciais e subsídios internacionais.
Segundo Lula, conflitos não apenas geram sofrimento humano e destruição de infraestrutura, mas também desorganizam cadeias de insumos e alimentos. Além disso, políticas protecionistas de países ricos prejudicam a produção agrícola em nações em desenvolvimento.
O presidente citou situações como a tragédia em Gaza e a paralisia da Organização Mundial do Comércio como exemplos de como a fome reflete o abandono das regras e instituições multilaterais.
Multilateralismo
Lula também ressaltou os 80 anos da FAO e o trabalho da entidade junto ao Programa Mundial de Alimentos e ao Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura. “O mundo seria um lugar pior sem o multilateralismo”, afirmou, destacando que cada vez mais países reconhecem o direito à alimentação em suas legislações.
O presidente lembrou que, há dez anos, participou das comemorações dos 70 anos da FAO. Na época, havia grande otimismo com a Agenda 2030, mas hoje, segundo ele, os desafios aumentaram e a capacidade de agir coletivamente está abalada. Mesmo assim, reforçou que a atuação da FAO continua sendo indispensável enquanto a fome persistir.