O Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR) 2025 registrou avanço na média nacional, alcançando 49,9 pontos em uma escala de zero a 100. O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (15) em Brasília pelo Instituto Cidades Sustentáveis, revela um aumento em relação ao ano anterior, quando a média era de 46,7 pontos.
Embora o país ainda mantenha uma classificação considerada baixa, os números indicam uma tendência positiva. Segundo o diretor-presidente do instituto, Jorge Abrahão, essa é a primeira vez em dez anos que se observa uma inflexão na média nacional, o que reflete melhorias em diversas regiões urbanas.
O índice avalia o desempenho dos municípios brasileiros diante dos desafios para erradicar a pobreza e proteger o meio ambiente, utilizando 100 indicadores que monitoram o progresso dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. As cidades são classificadas em cinco níveis: muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto.
Em 2025, 47% das cidades brasileiras alcançaram nível médio de desenvolvimento sustentável, enquanto 45,7% permaneceram com classificação baixa. No levantamento anterior, mais da metade (51,3%) das cidades estavam nessa faixa. Nenhum município atingiu a categoria “muito alto”, mas 3% foram classificados como “alto” e 3,8% como “muito baixo”.
Abrahão destacou ainda as desigualdades regionais persistentes, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, que enfrentam os maiores desafios para melhorar seus índices.
Entre os melhores resultados estão São José dos Campos (SP), São Paulo e Brasília, com pontuações de 58,3, 57,9 e 57,6, respectivamente. Já Belém, Maceió e São Luís registraram as menores médias, entre 40,1 e 42,2 pontos.
Os dados estão disponíveis em uma plataforma digital interativa, que permite consultas por município e oferece ranking e mapas com diferentes filtros, como estado, bioma e ODS.
Agenda 2030
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável compõem a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), um plano global para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir segurança climática. Durante o Fórum de Desenvolvimento Sustentável das Cidades, em Brasília, o secretário-executivo da Comissão Nacional para os ODS, Lavito Bacarissa, destacou que a agenda é uma ferramenta estratégica de gestão local, com metas e indicadores aplicáveis a diferentes territórios.
Declaração pelo clima
Após a divulgação do índice, a Frente Nacional de Prefeitos e Prefeitas apresentou a Declaração das Cidades pelo Clima na COP30, documento que propõe dez ações para enfrentar a crise climática, a perda de biodiversidade e as desigualdades sociais.
As medidas incluem a melhoria da qualidade do ar, da água e do solo, gestão de riscos climáticos, expansão de áreas verdes, estímulo à agricultura local, compras públicas sustentáveis, educação ambiental e promoção da justiça climática. A adesão dos municípios será voluntária e poderá ser feita até a COP30, prevista para novembro deste ano em Belém.