A Unesco anunciou os vencedores da primeira edição do Prêmio Unesco-Uzbequistão para Pesquisa Científica sobre Ética na Inteligência Artificial. O principal reconhecimento foi concedido ao professor Virgílio Almeida, do Departamento de Computação da UFMG, por suas contribuições na área de governança da internet, inteligência artificial e formulação de políticas regulatórias no Brasil e no exterior.
Almeida atuou diretamente na elaboração do Marco Civil da Internet, período marcado pela repercussão internacional após a divulgação de documentos que expuseram sistemas de vigilância conduzidos pelo governo dos Estados Unidos. A situação incluiu monitoramento no Brasil, envolvendo a Petrobras e a então presidente Dilma Rousseff, gerando respostas políticas intensas e debates sobre segurança digital.
Após participar de negociações internacionais, o pesquisador retornou ao país e manteve sua atuação acadêmica na UFMG e na Universidade de São Paulo, onde integra a cátedra Oscar Sala, ligada ao projeto “IA Responsável”, voltado a analisar aspectos técnicos, sociais e institucionais da tecnologia.
O professor foi indicado pelo Ministério das Relações Exteriores, que destacou que a premiação reforça o compromisso brasileiro com o uso ético e inclusivo de tecnologias digitais para promover desenvolvimento social.
Além de Almeida, foram reconhecidas as pesquisadoras Claudia Roda e Susan Perry, ligadas à Cátedra Unesco para Inteligência Artificial e Direitos Humanos, em Paris, e o Instituto para Governança Internacional da Inteligência Artificial da Universidade de Tsinghua, na China.
O prêmio leva o nome de Beruniy Prize, em homenagem ao cientista persa Abu Rayhan al-Biruni, figura histórica dos séculos X e XI e referência na astronomia, matemática, geografia e filosofia.

















