O governo brasileiro segue no aguardo da liberação de vistos dos Estados Unidos para integrantes da delegação que representará o país na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. O evento começa em 22 de setembro, com o discurso de abertura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 23, mantendo a tradição brasileira.
Segundo o Itamaraty, o processo de análise está em andamento e não há garantias sobre o desfecho. O visto do presidente Lula já está assegurado, mas membros da equipe que nunca viajaram aos EUA ainda aguardam confirmação.
Reportagem da Associated Press revelou que um memorando do Departamento de Estado, supostamente elaborado durante o governo Donald Trump, indicava restrições a vistos para delegações do Brasil, Irã, Sudão e Zimbábue. O vazamento ocorreu em meio às tensões diplomáticas após críticas do ex-presidente norte-americano a decisões do Supremo Tribunal Federal sobre Jair Bolsonaro.
Como país sede da ONU, os EUA têm compromisso de não restringir a entrada de delegações estrangeiras. Esse acordo foi respeitado inclusive durante a Guerra Fria. O Itamaraty, entretanto, alerta que qualquer negativa seria considerada uma violação legal.
O caso ocorre semanas após os EUA revogarem vistos da Autoridade Palestina e de Mahmoud Abbas. A medida foi questionada em comitê da ONU, e o Brasil manifestou preocupação sobre possíveis violações do acordo de país sede. Há expectativa de que na Assembleia deste mês alguns países europeus, como França e Reino Unido, reconheçam oficialmente a Palestina como Estado, movimento contestado por EUA e Israel.
