Como foi possível uma cobra entrar no ouvido de uma mulher?

Fonte: CenarioMT

Um vídeo que está circulando nas redes mostra o momento em que um profissional da saúde tenta tirar a cobra do canal auditivo da mulher, usando duas pinças
Um vídeo que está circulando nas redes mostra o momento em que um profissional da saúde tenta tirar a cobra do canal auditivo da mulher, usando duas pinças

Será mesmo que foi possível uma cobra de pequeno porte ter entrado no ouvido de uma mulher?

Um vídeo que está circulando nas redes mostra o momento em que um profissional da saúde tenta tirar a cobra do canal auditivo da mulher, usando duas pinças.

Em um primeiro momento até parece real a cena, mas de acordo com o especialista em cobras, biólogo Henrique Abrahão – O Biólogo das Cobras – o vídeo não passa de uma montagem barata.

“O pior é que muita gente está acreditando ser real e ainda estão compartilhando o vídeo”, pontou Abrahão.

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Em seu canal no YouTube, o especialista comenta sobre essa montagem.

YouTube video

Cobra ou serpente?

As serpentes, também chamadas ofídioscobrasmbóismboias e malacatifas, são répteis poiquilotérmicos (ou pecilotérmicos) sem patas, pertencentes à subordem Serpentes, ou Ophidia. São bastante próximos dos lagartos, com os quais partilham a ordem Squamata.

Há também várias espécies de lagartos sem patas (como, por exemplo, o licranço ou cobra-de-vidro) que se assemelham às cobras, sem estarem relacionados com estas, no entanto.

A atração pelas serpentes é chamada de ofidiofilia. A repulsão é chamada de ofidiofobia. O estudo dos répteis e anfíbios chama-se herpetologia (da palavra grega herpéton, que significa “aquilo que rasteja” – em especial, serpentes).

Há duas ideias concorrentes e ferozmente contestadas sobre a transição de lagartos para cobras. A primeira diz que as cobras evoluíram no oceano, e só mais tarde recolonizaram a terra. Esta hipótese depende da estreita relação entre cobras e répteis marinhos extintos chamados mosassauros.

A segunda hipótese diz que as cobras evoluíram de lagartos escavadores, que estendiam seus corpos e perderam seus membros para melhor escorregar no seu caminho através do solo.

Nesta versão, cobras e mosassauros evoluíram ambos de forma independente a partir de um ancestral arrastador de terra, provavelmente algo parecido com um lagarto monitor.

Descrito em 2015, um pequeno espécime com um corpo sinuoso longo, da formação brasileira Crato, Tetrapodophis amplectus, apoia a última ideia.

Além disso, as comparações entre tomografias computadorizadas de fosseis e répteis modernos indicam que as cobras perderam suas pernas quando seus ancestrais evoluíram para viver e caçar em tocas.

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A cobra coral azul pertence a uma espécie que foi atribuída ao novo gênero de cobras de coral Maticora
A cobra coral azul pertence a uma espécie que foi atribuída ao novo gênero de cobras de coral Maticora

Embora existam alguns pesquisadores que acreditam que as serpentes estão mais profundamente relacionadas a lagartos varanoides, não há uma identificação mais clara sobre qual seria o grupo de varanoide mais relacionado evolutivamente.

Eles também acreditam que os grupos de lagartos varanoides mais provavelmente relacionados com serpentes são os das famílias Lantanotidae e Mossassauridae.

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Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre a região norte de Mato Grosso.