Cobra-coral é encontrada em bebe conforto; criança estava no dispositivo

O susto passado por uma família em Maringá (PR) foi registrado na noite do último domingo, 31 de outubro.

Fonte: CenárioMT

Cobra-coral é encontrada em bebe conforto; criança estava no dispositivo .Reprodução/Jezica Santos

Cobra-coral é encontrada em bebe conforto e bebê de apenas três meses estava no dispositivo de segurança. Por pouco a criança não acabou sendo picada por uma das mais venenosas cobras do Brasil.

O susto passado por uma família em Maringá (PR) foi registrado na noite do último domingo, 31 de outubro.

De acordo com sites locais, os pais colocaram a bebê no dispositivo e iriam passear. Já dentro do carro, a menininha de apenas três meses começou a chorar.

Foi quando os pais perceberam que a serpente peçonhenta estava enrolada, embaixo do corpo da filha.

[Continua depois da Publicidade]

De acordo com os pais, o réptil pode ter entrado no bebe conforto na própria residência da família.

“A gente acredita que foi aqui mesmo. Onde a gente mora tem um fundo de vale que é cheio de mata e essas coisas. A gente colocou o bebê conforto em cima da mesa na área de casa. Achamos que ela subiu por causa do cheiro do leite da neném ou algo assim. E sempre que vamos colocar ela no bebê conforto a gente olha, mas a cobra estava enrolada no cinto que prende o bebê conforto no carro”, contou Jezica Santos, 30, mãe do bebê, ao portal regional GMC Online.

“Quando a gente colocou a neném no bebê conforto a cobra já estava lá enrolada. Ela começou a chorar e meu marido colocou o bebê conforto na perna dele. De longe eu vi algo brilhante mas não dei atenção. Mas meu marido mexeu no bebê conforto e eu vi a cabeça dela. Foi quando eu falei pro meu marido que tinha uma cobra no bebê conforto”, relatou ela ao GCM.

“Meu marido catou com tudo e jogou o bebê conforto e a cobra se enrolou de novo nele. A gente colocou ele na luz e a cobra pulou no meu marido. Ela começou a querer dar bote”.

Com a ajuda de vizinhos, o homem conseguiu se desvencilhar do animal, que acabou morto. A cobra foi identificada como coral, uma das mais venenosas do país.

“Graças a Deus não aconteceu nada com a neném e nem com o meu marido porque ela caiu na perna dele e poderia ter picado ele. Ou poderia ter picado meu menino de 1 ano e 4 meses. Foi Deus mesmo que guardou todo mundo e não aconteceu nada”, finalizou Jezica.

Cobra-Coral

Cobra-coral é uma denominação comum a várias serpentes da família Elapidae, da tribo Calliophini, que podem ser subdivididas em dois grupos: corais do Velho Mundo e corais do Novo Mundo.

Existem 16 espécies de corais do Velho Mundo, pertencentes aos gêneros Calliophis, Hemibungarus e Sinomicrurus, e mais de 65 espécies de corais do Novo Mundo, incluídas nos gêneros Leptomicrurus, Micruroides, e Micrurus.

Estudos genéticos indicam que as linhagens mais basais de corais se encontram na Ásia, indicando que elas se originaram no Velho Mundo.

No Brasil, podem ser conhecidas pelos nomes cobra-coral-venenosa, coral-venenosa, coral-verdadeira, ibiboboca, ibiboca e ibioca.

[Continua depois da Publicidade]

As cobras-corais não dão “bote” e apresentam hábitos fossoriais, vivendo em sua maior parte escondidas embaixo de troncos e folhagem.

coral verdadeira micrurus lemniscatus
Coral-verdadeira (Micrurus lemniscatus) é cobra peçonhenta que ocorre no Brasil — Foto: Renato Gaiga

A dentição é do tipo proteróglifa, característica que certamente as diferem das falsas-corais, que apresentam dentição opistóglifa ou áglifa.

Existe um antigo ditado para distinguir corais-verdadeiras de corais-falsas: Vermelho com amarelo perto, fique esperto. Vermelho com preto ligado pode ficar sossegado.

O ditado está incorreto, dado que não existe um padrão de coloração exclusivo das corais-verdadeiras e muitas falsas-corais conseguem mimetizar perfeitamente um coral. A única forma de diferenciar os dois tipos de cobras é pela dentição.

Apresentam uma peçonha de baixo peso molecular que se espalha pelo organismo da vítima de forma muito rápida. A coral necessita ficar “grudada” para inocular a peçonha pelas pequenas presas.

A cobra-coral é tão peçonhenta quanto uma naja. A sua peçonha é neurotóxica, ou seja, atinge o sistema nervoso, causando dormência na área da picada, problemas respiratórios (sobretudo no diafragma) e caimento das pálpebras, podendo levar uma pessoa adulta ao óbito em poucas horas. O tratamento é feito com o soro antielapídico.

coral falsa erythrolamprus aesculapii
Cobra Coral Falsa. Foto: Renato Gaiga

As corais são noturnas e vivem sob folhas, galhos, pedras, buracos ou dentro de troncos em decomposição. Para se defender, geralmente levantam a sua cauda, enganando o ameaçador com sua forte coloração.

As atividades diurnas estão ligadas às buscas para reprodução e maior necessidade de aquecimento que as fêmeas grávidas apresentam. Após o acasalamento, a fêmea põe de 3 a 18 ovos, que em condições propícias abrem após 90 dias aproximadamente. Dada a capacidade de armazenar o esperma do macho, a fêmea pode realizar várias posturas antes de uma nova cópula.

Os acidentes ocorrem com pessoas que não tomam as devidas precauções ao transitar pelos locais que possuem serpentes. Ao se sentir acuada ou ser atacada, a cobra-coral rapidamente contra-ataca, por isso recomenda-se o uso de botas de borracha cano alto, calça comprida e luvas de couro, bem como evitar colocar a mão em buracos, fendas, etc.

A pessoa acidentada deve ser levada imediatamente ao médico ou posto de saúde, procurando-se, se possível, capturar a cobra ainda viva.

Deve-se evitar que a pessoa se locomova ou faça esforços, para que o veneno não se espalhe mais rápido no corpo. Deve-se também evitar técnicas como abrir a ferida para retirar o veneno, chupar o sangue, isolar a área atingida, fazer torniquetes, etc., sendo o soro a melhor opção.

Incrível batalha entre gato e cobra selvagem; vídeo

Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre a região norte de Mato Grosso.