Ufoturismo impulsiona turismo de mistério e experiências em Mato Grosso

Visitantes do Brasil e do exterior são atraídos por relatos enigmáticos e paisagens únicas, impulsionando o ufoturismo em regiões como Barra do Garças.

Fonte: CenárioMT

Ufoturismo impulsiona turismo de mistério e experiências em Mato Grosso
Ufoturismo impulsiona turismo de mistério e experiências em Mato Grosso - Foto: Assessoria Sedec

“Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”, escreveu Shakespeare — e essa máxima ganha nova vida com os relatos de visitantes e pesquisadores do Mato Grosso. A mineira Kátia Xavier, conhecida por ter testemunhado o famoso caso do ET de Varginha em 1996, participou da Feira Internacional do Turismo do Pantanal (FIT Pantanal), realizada em Cuiabá entre 5 e 8 de junho, e compartilhou sua experiência durante o painel “Ufoturismo – uma nova fronteira entre enigmas e turismo”.

Com emoção, Kátia narrou o encontro com uma criatura que, segundo ela, se comunicou telepaticamente. “Foi rápido, mas houve uma troca. Ele me passou que estava sofrendo”, relatou. A experiência mudou sua visão de mundo e despertou o interesse por respostas que muitos ainda procuram.

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Esse tipo de busca tem encontrado terreno fértil em Mato Grosso, especialmente em Barra do Garças, que vem se consolidando como um dos principais destinos de ufoturismo no país. O jornalista e pesquisador Genito Santos afirma que a Serra do Roncador é uma das regiões com mais relatos de avistamentos de objetos voadores não identificados no mundo. “São caminhoneiros, indígenas, moradores locais, todos com histórias semelhantes”, destaca.

Além da serra, o Discoporto de Barra do Garças se tornou símbolo da cidade e ponto de visitação. Genito conta que também teve uma experiência pessoal com um objeto voador em 2007, o que transformou seu ceticismo em envolvimento profundo com o tema. “Era um objeto alaranjado, parecia vivo. Desde então, mergulhei de vez nessa pesquisa”, diz.

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A mística local também está ligada ao desaparecimento do explorador britânico Percy Fawcett, em 1925, na busca por uma civilização perdida na região da Serra do Roncador. O episódio inspirou a criação do personagem Indiana Jones e, para muitos, reforça a aura enigmática da região.

Segundo a secretária adjunta de Turismo de Mato Grosso, Maria Letícia Costa, o turismo de mistério se conecta com um perfil de viajante voltado à espiritualidade e natureza. Ela vê no ufoturismo um potencial de desenvolvimento sustentável, desde que conduzido com responsabilidade e criatividade.

Ataíde Ferreira, presidente da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (AMPUP), ressalta o crescimento do interesse pelo tema, mesmo diante do ceticismo. Ele lembra que cidades como Chapada dos Veadeiros (GO) e Peruíbe (SP) já são destinos consolidados para quem busca experiências místicas. “Mato Grosso não pode ficar de fora disso”, afirma.

O estado possui um dos registros históricos mais antigos da ufologia no Brasil. Em 26 de novembro de 1846, Augusto Leverger, o Barão de Melgaço, relatou na Gazeta Oficial do Império do Brasil o avistamento de um objeto luminoso que se dividiu em três partes no céu.

Ferreira também propõe que lendas populares como o Curupira ou o minhocão podem ter origem em avistamentos extraterrestres reinterpretados culturalmente. Para ele, essas narrativas revelam tentativas antigas de explicar fenômenos não compreendidos. “Esses registros fazem parte da nossa identidade cultural e podem guardar elementos reais”, afirma.

Locais como Chapada dos Guimarães, Barão de Melgaço e Tesouro também têm sido foco da AMPUP, que se dedica a investigar com seriedade os relatos e valorizar o fenômeno como patrimônio cultural e científico. “A mente humana e o universo ainda têm muitos segredos. Estamos aqui para investigá-los”, conclui Ferreira.

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Um criador de conteúdo apaixonado por jogos, tecnologia e notícias regionais, atua como redator no portal CenárioMT, onde produz matérias voltadas aos acontecimentos de Mato Grosso e região. Além disso, também é analista de TI e dedica parte do seu tempo livre ao desenvolvimento de jogos (game design), unindo criatividade e conhecimento técnico em seus projetos.