Mato Grosso apresentou uma leve queda no número de mortes provocadas por intervenções policiais em 2024, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na última quinta-feira (18). Foram registradas 214 mortes no estado, uma redução de 5,5% em relação a 2023, que contabilizou 223 ocorrências.
O levantamento inclui ações de policiais civis e militares, tanto em serviço quanto fora do expediente. Entre os casos de Mato Grosso, a maioria (196) envolveu policiais militares em serviço — uma leve queda em relação aos 210 casos do ano anterior. Por outro lado, as mortes atribuídas a policiais civis em serviço mais que dobraram: de 8 para 17.
Casos envolvendo agentes fora do horário de trabalho foram menos frequentes. Apenas uma morte foi registrada em 2024 envolvendo policial militar fora de serviço, contra cinco em 2023. Não houve ocorrências com civis fora do expediente neste ano.
Mesmo com a redução absoluta, o estado mantém uma das taxas mais altas do Brasil: 5,6 mortes por 100 mil habitantes. Em 2023, esse índice era de 5,9. Com isso, Mato Grosso ocupa a 6ª posição no ranking nacional, atrás de Amapá (17,1), Bahia (10,5), Sergipe (6,3), Pará (7,0) e Goiás (5,1).
A taxa mato-grossense ainda é quase o dobro da média nacional, que ficou em 2,9 por 100 mil habitantes em 2024. Em termos absolutos, o estado está entre os 10 com maior número de mortes por intervenção policial no país.
A comparação com outros estados revela contrastes importantes. São Paulo, por exemplo, mais que triplicou os casos de 504 para 813, mas ainda assim apresenta uma taxa proporcional menor: 1,8 por 100 mil habitantes. Já a Bahia lidera em número absoluto, com 1.556 mortes, o que representa uma taxa de 10,5.
Estados com perfil semelhante a Mato Grosso, como Mato Grosso do Sul, registraram quedas mais significativas. Lá, os óbitos por intervenções policiais passaram de 131 em 2023 para 86 em 2024 — uma queda de 34,9% e taxa de 3,0 por 100 mil habitantes, pouco mais da metade da mato-grossense.