Suspeito de matar advogado em Mato Grosso usou disfarce de padre para identificar vítima

Polícia Federal aponta atuação de grupo de extermínio envolvido em espionagem, assassinatos e venda de sentenças judiciais

Fonte: CenárioMT

Suspeito de matar advogado em Mato Grosso usou disfarce de padre para identificar vítima
Suspeito de matar advogado em Mato Grosso usou disfarce de padre para identificar vítima - Imagem ilustrativa

A Polícia Federal (PF) identificou que o homem suspeito de assassinar o advogado executado em Mato Grosso, em 2023, utilizou um disfarce de padre para se aproximar da vítima. A informação foi revelada por uma fonte com acesso à investigação. O acusado, preso durante uma operação em Cuiabá nesta quarta-feira (28), teria conhecido o advogado semanas antes do crime.

De acordo com a PF, o encontro foi planejado para que o suspeito — vestido com trajes religiosos — pudesse identificar o alvo. O advogado, especializado em disputas fundiárias, foi morto com dez tiros em uma emboscada armada em frente ao escritório onde trabalhava.

Além do suposto atirador, outras quatro pessoas foram presas, suspeitas de participação no crime, seja como mandantes ou coautores. As investigações apontam que a motivação do assassinato estaria ligada a uma disputa judicial por terras avaliadas em mais de R$ 100 milhões.

A PF acredita que o crime tenha sido orquestrado por uma organização conhecida como Comando de Caça a Comunistas, Criminosos e Corruptos (C4) — um grupo de extermínio formado por militares da ativa, da reserva e civis. A organização também estaria envolvida em atividades de espionagem contra autoridades públicas e venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, com desdobramentos no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Durante a operação, os agentes apreenderam armas, munições e documentos, incluindo uma planilha com preços de serviços ilegais, como espionagem de políticos:

  • Ministros do STF: R$ 250 mil

  • Senadores: R$ 150 mil

  • Deputados: R$ 100 mil

  • Cidadãos comuns: R$ 50 mil

Entre os equipamentos descritos nos materiais apreendidos estavam fuzis com silenciador, pistolas, minas magnéticas, explosivos, lança-rojões e drones. A estrutura também previa o uso de hacks, rastreadores, veículos com placas clonadas e pessoas treinadas em inteligência, além da contratação de “iscas”, como acompanhantes, para atrair alvos.

A Polícia Federal continua investigando a participação de todos os envolvidos. Até a publicação desta matéria, nenhuma defesa se manifestou oficialmente sobre as prisões ou acusações.