Mais de 1,6 mil casos de estupro foram registrados em Mato Grosso nos primeiros nove meses de 2024, conforme dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A média é de seis ocorrências por dia em todo o estado.
Do total, 1.453 vítimas são mulheres, o que representa cerca de 80% das notificações, enquanto 199 homens também foram violentados no período. O levantamento mostra que o mês de maio concentrou o maior número de casos, com 249 registros, seguido por setembro (216) e junho (189). Fevereiro apresentou o menor índice, com 139 vítimas notificadas.
Mesmo com uma redução de aproximadamente 22% em relação ao ano anterior, o estado ainda ocupa posição preocupante no cenário nacional, com taxa de 56,57 ocorrências para cada 100 mil habitantes. Essa proporção mantém Mato Grosso entre os locais com maior incidência de crimes sexuais no país, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025.
Sorriso segue entre os municípios mais afetados
O município de Sorriso, conhecido como a capital do agronegócio, aparece entre as três cidades brasileiras com mais casos de estupro proporcionalmente. Conforme o levantamento, são 131,9 registros para cada 100 mil habitantes, o segundo maior índice entre municípios com mais de 100 mil moradores.
Em 2023, Sorriso liderou o ranking nacional e voltou a figurar entre os primeiros colocados neste ano. O município também foi palco de um dos crimes mais brutais da história recente do estado: o assassinato de Cleci Calvi Cardoso e das filhas Miliane, Manuela e Melissa. O autor, Gilberto Rodrigues dos Anjos, foi condenado a 225 anos de prisão por estupro e homicídio das quatro vítimas.
Proposta busca monitorar condenados por crimes sexuais
Para tentar reduzir a reincidência desses crimes, a suplente de senadora Margareth Buzetti (PP-MT) apresentou projeto que cria um cadastro nacional de pedófilos e estupradores. A proposta, já sancionada, prevê uma plataforma pública para consulta de condenados, mas ainda não está em funcionamento.
Os números divulgados pelo Sinesp revelam um cenário de alerta. A violência sexual permanece como uma das formas mais graves de violação de direitos humanos, exigindo atenção constante das autoridades e políticas públicas voltadas à prevenção e à proteção das vítimas. Conforme o Ministério da Justiça, o monitoramento desses casos é essencial para orientar ações de segurança e justiça em todo o país.
Fonte: Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) / Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025


















