Sem juiz e delegado, polícia diz ter dificuldade para investigar três mortes em Colniza (MT)

Além dos assassinatos, outros dois jovens ficaram feridos e estão internados. A suspeita é que os crimes ocorreram em uma suposta disputa pelo controle do tráfico de drogas

Fonte: Por G1 MT e TV Centro América

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Armas e drogas foram encontradas nas casas onde as vítimas foram mortas em Colniza — Foto: Polícia Civil de Colniza (MT)
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Armas e drogas foram encontradas nas casas onde as vítimas foram mortas em Colniza — Foto: Polícia Civil de Colniza (MT)

A Polícia Civil afirmou que está com dificuldades para investigar o caso dos três jovens assassinados na noite de sexta-feira (3) em Colniza-MT, a 1.065 km de Cuiabá. Entre os problemas, está a falta de efetivo. A cidade não tem juiz e delegado.

De acordo com informações das Polícias Militar e Civil, os crimes ocorreram em duas casas na região central da cidade. Além dos assassinatos, outros dois jovens ficaram feridos e estão internados.

Até a manhã desta segunda-feira (6) nenhum suspeito do crime havia sido preso.

A diretoria da Polícia Civil informou que está tratando com o governo uma solução para resolver a questão do efetivo, mas que tem buscado atender os municípios, sem deixar de prestar os serviços necessários à população.

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Já a Poder Judiciário disse que nesse período de recesso, os casos urgentes são atendidos por juízes plantonistas e reconheceu que atualmente há um déficit de 30 juízes no estado.

Um concurso público deve ser realizado para o preenchimento de nove vagas.

A região é conhecida pela população por ser uma ‘terra sem lei’. Em 2017, nove pessoas

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Ex-prefeito de Colniza, Esvandir Mendes, conhecido como Vando Colnizatur, tinha 61 anos — Foto: Arquivo Pessoal

foram assassinadas em uma chacina. No mesmo ano, o prefeito de Colniza também foi assassinado.

O município de Colniza já foi considerado o mais violento do país em 2007, segundo levantamento do Mapa da Violência.

Em janeiro de 2019 o município registrou mais um caso violento: nove pessoas foram baleadas na Fazenda Agropecuária Bauru (Magali) em um suposto confronto entre posseiros e seguranças.

À época, quatro seguranças da fazenda acabaram presos, mas logo depois foram soltos.

A representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Inaita Gomes Arnhold, ressaltou que sem juiz e sem delegado na cidade, a sensação de impunidade aumenta e favorece o cometimento de crimes mais graves.

Os assassinatos

Segundo a polícia, a suspeita é que os crimes registrados no fim de semana ocorreram em uma suposta disputa pelo controle do tráfico de drogas em Colniza.

Essa é a principal linha de investigação dos policiais. Armas e porções de droga foram encontradas nos dois locais dos assassinatos.

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O primeiro crime ocorreu por volta de 18h30 (horário de Mato Grosso) e os demais cerca de uma hora depois. De acordo com a PM, moradores denunciaram que ouviram disparos em uma casa Rua das Mangueiras, no Centro da cidade.

Nesse local os policiais encontraram uma das vitimas sentada no sofá da sala. Ele havia sido baleado e degolado por criminosos. A polícia encontrou uma pistola na cintura dele. Na cozinha a PM encontrou outro jovem. Ele estava caído e apresentava ter sido baleado e esfaqueado.

Uma terceira pessoa havia se trancado no banheiro. Ele estava com um corte no pescoço e foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Em outra casa, também na área central da cidade, foi encontrado o corpo da terceira vítima.

Vizinhos disseram aos policiais que vários homens chegaram em motocicletas e entraram na residência. Logo em seguida os disparos foram feitos e eles fugiram na sequência.

Uma quarta vítima estava na casa e conseguiu pular o muro pelos fundos. Essa pessoa também teria sido baleada e pediu socorro, no entanto, não foi localizada pela polícia.

Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre a região norte de Mato Grosso.