Seis pessoas foram presas nesta quarta-feira (22) em Sinop, a 503 km de Cuiabá, durante a Operação Alta Tensão, deflagrada pela Polícia Civil para combater uma série de furtos de cabos de cobre em propriedades rurais do norte de Mato Grosso. A ação resultou na apreensão de veículos de alto padrão, dois motores industriais e mais de R$ 83 mil em espécie.
De acordo com informações repassadas pela Delegacia Regional de Sinop, os suspeitos integravam uma rede criminosa que vinha atuando há pelo menos dois anos em áreas agrícolas de 11 municípios da região. O grupo é apontado como responsável por dezenas de furtos de cabos usados em sistemas de irrigação, causando prejuízos milionários aos produtores.
Investigações e modus operandi
As investigações começaram em janeiro deste ano, após uma série de ocorrências registradas em Sorriso. Segundo o delegado Paulo Brambila, responsável pelo caso, os criminosos agiam durante a madrugada, desmontando instalações elétricas inteiras para retirar o cobre, que era revendido a atravessadores no estado e também fora dele. “É uma prática que exige logística e conhecimento técnico, o que reforça o caráter estruturado da organização”, explicou o delegado.
O levantamento da Polícia Civil indica que o grupo esteve envolvido em pelo menos 37 furtos registrados entre 2023 e 2025. Além do furto qualificado, os investigados devem responder por associação criminosa e lavagem de dinheiro. A Justiça já autorizou a prisão preventiva dos principais alvos e novas diligências seguem em andamento para localizar comparsas ainda foragidos.
Contexto regional e impacto econômico
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, o furto de cabos e materiais metálicos aumentou 23% na região Norte em 2024, impulsionado pela alta no preço do cobre e pela facilidade de revenda em ferros-velhos clandestinos. Esse tipo de crime afeta diretamente o agronegócio, uma vez que a interrupção de sistemas de irrigação pode comprometer colheitas inteiras, especialmente em lavouras de milho e soja. Em Sinop e cidades vizinhas, estima-se que os prejuízos ultrapassem R$ 5 milhões nos últimos dois anos.
Durante as buscas, além do dinheiro e dos veículos, a polícia recolheu documentos, celulares e comprovantes bancários que apontam movimentações financeiras suspeitas. Os investigadores acreditam que o lucro com a revenda dos cabos furtados era reinvestido em bens de alto valor e em pequenas empresas usadas para lavar o dinheiro obtido ilegalmente.
O inquérito segue em andamento, e a Polícia Civil não descarta novas prisões nos próximos dias. Qualquer informação sobre o paradeiro de outros envolvidos pode ser repassada de forma anônima ao Disque-Denúncia 197.
As informações foram confirmadas pela assessoria da Polícia Civil de Mato Grosso.
