Secretaria de Estado de Saúde e Fiocruz recomendam inclusão de metas para a saúde da população negra nos planos municipais de Mato Grosso

As disparidades são atribuídas ao racismo estrutural, a desigualdades socioeconômicas e a barreiras no acesso aos serviços.

Fonte: CENÁRIOMT

Secretaria de Estado de Saúde e Fiocruz recomendam inclusão de metas para a saúde da população negra nos planos municipais de Mato Grosso

A Secretaria de Estado de Saúde emitiu uma Nota Técnica orientando gestores e equipes municipais de Mato Grosso a incluir ações, metas e indicadores específicos para a saúde da população negra e quilombola nos Planos Municipais de Saúde (2026-2029) e nos Planos Plurianuais (PPAs).

A publicação foi celebrada nesta segunda-feira (27), Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra. O documento, elaborado em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Superintendência Estadual do Ministério da Saúde, busca alinhar o planejamento municipal às diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN).

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“A nota técnica visa provocar uma reflexão sobre os indicadores de saúde em Mato Grosso, com um olhar especial no recorte racial, para subsidiar a construção de Planos Municipais de Saúde e Planos Plurianuais que contemplem ações estratégicas,” afirmou Juliano Melo, secretário adjunto de Atenção e Vigilância à Saúde da SES.

Combate às desigualdades e racismo estrutural

A Coordenadora de Promoção e Humanização da Saúde, Rosiene Pires, destacou que os dados epidemiológicos de Mato Grosso já evidenciam desigualdades significativas, com a população negra sendo a mais atingida em diversos indicadores de saúde.

As disparidades são atribuídas ao racismo estrutural, a desigualdades socioeconômicas e a barreiras no acesso aos serviços.

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Principais recomendações da SES-MT:

A Secretaria recomenda que as prefeituras incorporem:

  • Indicadores desagregados por raça e cor nos PPAs.
  • Metas específicas para redução de disparidades na mortalidade infantil e materna, e na incidência de doenças.
  • Melhoria do monitoramento e fortalecimento de ações de prevenção e tratamento de doenças que afetam desproporcionalmente a população negra e quilombola, como hipertensão, diabetes, hanseníase, anemia falciforme, tuberculose, sífilis e HIV/AIDS.

A SES também sugeriu que os sistemas municipais de saúde incluam o campo raça/cor até 2027 e que as equipes sejam qualificadas para o preenchimento correto, estimulando a autodeclaração quilombola.

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Graduada na Faculdade La Salle na cidade de Lucas do Rio Verde - MT, estagiou na Secretaria de Educação do município na área de ensino. Atualmente, exerce a função de repórter e redatora no portal CenárioMT, editoria Mundo, Mato Grosso e Cidadania.