Dois homens foram presos em Rondonópolis nesta terça-feira (18) durante a Operação Maná, que apura o sequestro, a tortura e o assassinato de Guilherme Eduardo Kruger, de 22 anos. A ação, conforme informações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, resultou ainda na busca por um terceiro investigado que segue foragido.
As equipes da Polícia Civil cumpriram seis ordens judiciais expedidas pela 1ª Vara Criminal, sendo três mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão domiciliar. Os investigadores afirmam que a execução foi motivada pela cobrança de pensão alimentícia feita pela vítima ao suspeito apontado como mentor do crime.
De acordo com a DHPP, o investigado de 20 anos é tratado como o articulador do plano, responsável por acionar integrantes de uma facção criminosa atuante na cidade. O homem de 31 anos teria participado diretamente do sequestro, das agressões e da execução — ele já utilizava tornozeleira eletrônica e respondia por tentativa de homicídio, disparo de arma de fogo e tráfico de drogas. Já o terceiro suspeito, de 23 anos, também teria atuado na ação e permanece foragido.
No dia 23 de setembro, Guilherme estava em casa com o irmão, de 17 anos, quando um grupo armado invadiu o local no início da noite. Ambos foram obrigados a entrar em um veículo e levados para uma área de mata, onde ficaram em um barraco de lona usado como cativeiro. Ali, segundo a Polícia Civil, foram submetidos a torturas físicas e psicológicas por horas.
Após o período de cárcere, Guilherme foi retirado do local e executado em outro ponto da região. O corpo foi encontrado no dia seguinte, próximo ao Anel Viário, apresentando diversas lesões causadas por faca e projétil de arma de fogo. O irmão mais novo permaneceu em poder dos criminosos por aproximadamente sete horas, sendo libertado posteriormente.
A motivação, segundo as investigações, surgiu do conflito entre Guilherme e o principal suspeito, que convivia anteriormente com a mesma mulher. A cobrança da pensão destinada ao filho menor de idade teria sido o estopim para que o mentor acionasse membros da facção para executar o plano criminoso. O nome da operação, “Maná”, faz referência simbólica ao que “sustenta”, numa alusão direta ao motivo que desencadeou o homicídio.
Andamento do inquérito
Os três investigados serão indiciados por homicídio triplamente qualificado, tortura, sequestro e cárcere privado, além de participação em organização criminosa. Conforme a Polícia Civil, o inquérito deve ser concluído em até dez dias, prazo determinado após parecer favorável do Ministério Público de Mato Grosso. A corporação afirma que novas diligências podem ser realizadas para localizar o foragido e esclarecer pontos complementares sobre a atuação da facção no município.
Informações fornecidas pela Polícia Civil.



















