Queimadas explodem em MT! Estado lidera ranking com quase 3 mil focos

Fonte: CenárioMT

Campanha incentiva prevenção de queimadas em Mato Grosso
Campanha incentiva prevenção de queimadas em Mato Grosso - Foto: BOMBEIROS
Depois de um início de ano promissor, com redução nos focos de incêndio, Mato Grosso volta a ser epicentro das queimadas no Brasil. Desde o fim de maio, o estado viu os registros de fogo praticamente dobrarem, saltando de 1.559 para 2.849 focos, segundo dados do BDQueimadas.

O volume representa mais de 21% de todos os focos de queimadas registrados no país no período, colocando Mato Grosso na liderança nacional, à frente de Tocantins e Maranhão. A combinação entre estiagem severa, vegetação seca e ventos fortes tem transformado a paisagem mato-grossense num campo fértil para o fogo.

De queda no início do ano a alerta máximo em julho

Entre janeiro e 19 de maio de 2025, o cenário era animador: houve queda de 45,6% nos focos de queimadas em comparação a 2024. Mas, a partir de junho, o alívio deu lugar à preocupação. O pico da temporada seca chegou com força total, reacendendo a ameaça em biomas como o Cerrado, Pantanal e zonas de transição com a Amazônia.

Além da vegetação extremamente seca, os ventos típicos do período entre julho e novembro atuam como catalisadores silenciosos. Focos que poderiam ser contidos com rapidez ganham velocidade e se espalham em poucas horas, colocando em risco áreas agrícolas, propriedades rurais, unidades de conservação e até perímetros urbanos.

Mato Grosso concentra mais de 1 em cada 5 focos no Brasil

Queimadas em Mato Grosso
Queimadas em Mato Grosso- Mayangdi Inzaulgarat/Ibama
Entre os estados mais afetados, Mato Grosso ocupa o topo do ranking nacional. A liderança é resultado não apenas da geografia, mas também da intensa atividade agropecuária, expansão de áreas abertas e baixa umidade.

Os focos são mais concentrados nas regiões norte, nordeste e sudeste do estado, atingindo municípios como Alta Floresta, Colniza, Paranatinga, Nova Ubiratã e Rondonópolis. A situação é agravada pela dificuldade de resposta em áreas remotas e pelo número reduzido de brigadas locais.

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Queimadas disparam após maio e Mato Grosso lidera: seca e ventos aceleram avanço do fogo – Clima Tempo

Risco climático exige atenção redobrada nos próximos meses

Com a previsão de pouca chuva até outubro e o aumento das temperaturas médias, os próximos meses serão cruciais para conter o avanço das queimadas. Especialistas alertam que o cenário pode se agravar rapidamente se não houver ações coordenadas de prevenção, monitoramento e resposta.

As operações de fiscalização, o uso de satélites e alertas meteorológicos em tempo real serão ferramentas indispensáveis para minimizar os danos. Mas também é essencial envolver comunidades rurais, produtores e agentes locais na contenção de focos e no manejo adequado da vegetação seca.

A seca como combustível invisível do fogo

Além da ação humana, a seca prolongada se tornou um dos principais combustíveis invisíveis que alimentam os incêndios. Mesmo em áreas com baixa ocupação ou atividade agrícola reduzida, a vegetação resseca e, com a ajuda dos ventos, o fogo se propaga com facilidade.

No Centro-Oeste, o problema se soma à baixa umidade e à ausência de chuvas significativas, criando um cenário de combustão natural. No Nordeste, a chamada “safra dos ventos” — período de alta produção de energia eólica — também traz riscos ao favorecer a propagação de focos acidentais.

Foco total no combate e na prevenção em Mato Grosso

O avanço das queimadas em Mato Grosso nas últimas semanas acende um alerta vermelho para autoridades, ambientalistas e população. O estado, que carrega importância estratégica na produção agropecuária e na conservação de biomas sensíveis, precisa de uma resposta rápida e integrada.

Mais do que conter incêndios já iniciados, o desafio está em antecipar riscos, fortalecer brigadas, educar comunidades e fiscalizar atividades irregulares. A natureza está mais seca e vulnerável do que nunca — e o tempo para agir está se esgotando.