Um novo estudo, o Índice de Progresso Social (IPS) Brasil 2024, que avalia a qualidade de vida nos 5.570 municípios brasileiros, trouxe um panorama misto para Mato Grosso. Apesar de Cuiabá figurar em um honroso 7º lugar entre as 27 capitais, o estado não tem nenhuma cidade entre as 20 melhores do país. Pelo contrário, duas cidades mato-grossenses estão entre as 20 piores no ranking geral.
O relatório do IPS, com índices que variam de 0 (pior) a 100 (melhor), baseia-se em uma média simples de três dimensões: necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades.
Desempenho regional e as desigualdades
No ranking das capitais, Cuiabá alcançou a 7ª posição. Já entre os estados, Mato Grosso ficou em 12º lugar entre as 27 unidades federativas. No cenário nacional, que lista os 20 municípios com as melhores pontuações, a maioria esmagadora está em São Paulo, sem que nenhuma cidade de Mato Grosso apareça.
Em contraste, entre os 20 municípios com as piores pontuações, Mato Grosso sedia duas: Nova Nazaré (a 269 km de Cuiabá), na 14ª posição com 42,78 pontos, e Gaúcha do Norte (a 595 km ao norte de Cuiabá), na 19ª posição com 43,53 pontos.
Nacionalmente, as cidades com melhor qualidade de vida estão concentradas em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Paraná e o Distrito Federal. Por outro lado, a maioria das cidades com os piores índices se encontra na Amazônia Legal, com o Pará respondendo por 12 das 20 piores. Roraima, Amapá, Acre e Maranhão também têm municípios nessa lista. Essa distribuição geográfica evidencia as profundas desigualdades de desenvolvimento entre as regiões Sul e Sudeste e as regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Entendendo o IPS
O Índice de Progresso Social (IPS) é uma ferramenta global desenvolvida pela organização Social Progress Imperative. Desde 2014, o IPS Global é publicado anualmente para 170 países, indo além dos dados econômicos tradicionais, como o PIB, para avaliar diretamente as condições de vida da população em aspectos sociais e ambientais.
Em 2024, o IPS Brasil alcançou uma pontuação média de 61,83 para todo o país. Analisando as dimensões, “necessidades humanas básicas” obteve 73,58 pontos, “fundamentos do bem-estar” atingiu 67,10, mas a dimensão “oportunidades” ficou com apenas 44,83. Os 5.570 municípios analisados foram classificados em nove níveis de desempenho com base em seus resultados.
O estudo ressalta um contraste marcante: enquanto os municípios com as melhores pontuações estão majoritariamente no Sudeste, os com as piores notas concentram-se na Amazônia Legal, indicando desafios significativos para o desenvolvimento social e ambiental nessa região.
