As Promotorias de Justiça Criminais de Primavera do Leste (a 231 km de Cuiabá) promoveram, na tarde desta sexta-feira (15), o evento “MT por Elas”, em alusão à campanha Agosto Lilás. A iniciativa teve como objetivo reforçar o compromisso institucional na prevenção da violência de gênero, promover o diálogo com a sociedade e fortalecer as estratégias de enfrentamento à violência doméstica e familiar.
O encontro foi realizado no auditório das Promotorias de Justiça e reuniu integrantes do Ministério Público de Mato Grosso, policiais civis e militares, representantes da Rede de Enfrentamento, conselheiros tutelares e convidados da sociedade civil, tanto de Primavera do Leste quanto de Poxoréu.
A programação contou com duas palestras temáticas. O delegado da Polícia Judiciária Civil, Ruy Guilherme Peral da Silva, abordou o tema “Segurança Digital: a importância da proteção online para mulheres em situação de violência”, oferecendo orientações práticas sobre como prevenir crimes como stalking, deepfakes e assédio virtual. Em seguida, o psicólogo Wallace Rodolfo Pereira da Silva apresentou a palestra “Afetações psicológicas da exposição no ambiente virtual”.
Titular da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Primavera do Leste, Tessaline Higuchi destacou que o evento foi cuidadosamente planejado para dar voz e visibilidade à causa da proteção à mulher. Segundo ela, a iniciativa representa o esforço conjunto do Ministério Público, com atuação integrada das promotorias, para fortalecer a rede de enfrentamento à violência de gênero.
“O Agosto Lilás é um momento de amplificar a mensagem de amor, proteção e respeito. Toda mulher merece ser amada e protegida, e o Ministério Público está comprometido com essa causa. Aceitamos caminhar juntas, porque esse enfrentamento não pode ser solitário. É preciso despertar consciências e fazer essa causa ecoar cada vez mais alto”, afirmou Tessaline Higuchi.
Nayara Roman Mariano, da 2ª Promotoria de Justiça Criminal, enalteceu a importância do trabalho em rede, destacando que o enfrentamento à violência contra a mulher exige articulação, diálogo e compromisso entre todas as instituições envolvidas.
“A atuação em rede é essencial para garantir que cada mulher em situação de vulnerabilidade seja acolhida, protegida e tenha seus direitos assegurados. Quando somamos forças, conseguimos construir respostas mais eficazes e humanas. O Ministério Público está empenhado em fortalecer essa articulação, promovendo ações que realmente façam a diferença na vida das mulheres”, destacou.
A promotora Fabiola Fuzinatto Valandro, da 3ª Promotoria de Justiça Criminal, ressaltou a relevância de se discutir abertamente os temas relacionados à violência contra a mulher. Ela destacou que o Brasil ocupa atualmente o 5º lugar no ranking mundial de feminicídios, o que evidencia a urgência de ações concretas e articuladas para enfrentar essa realidade.
“A cada seis horas, uma mulher é morta por razões ligadas ao gênero. Falar sobre isso é essencial para romper o silêncio, informar a população e salvar vidas. Precisamos transformar a dor em mobilização e garantir que essa pauta esteja sempre presente nas instituições e na sociedade”, pontuou.