Professores da UFMT não descartam greve para o inicio de 2020

Fonte: OLHAR DIRETO

Professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) não descartam a realização de uma greve a partir do primeiro semestre letivo de 2020. Em assembleia geral nesta quarta-feira (4), a categoria disse que motivos para iniciar o movimento não faltam. Eles alegam a perda de direitos trabalhistas e sociais. Acrescentam também que há uma campanha declarada de difamação dos servidores públicos e, especialmente, das universidades.

A demanda por debater a possibilidade de um movimento paredista surgiu do último encontro do Setor das Federais, organizado pelo Sindicato Nacional, que deliberou por uma consulta às entidades sindicais que formam sua base.

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Os docentes problematizaram, entre outras coisas, a unidade da categoria para conseguir resistir ao que consideram ataques. Para a professora Lélica Lacerda, a conciliação de classe é uma “falsa saída” para o atual momento, marcado pela crise econômica e não reconhecimento dos trabalhadores dos instrumentos legítimos de luta e organização da classe.

“Historicamente, a conciliação de classe favorece a despolitização da população, tornando o ambiente ainda mais propício para o recrudescimento de grupos fascistas que têm como objetivo esfacelar as nossas lutas, quando não as nossas vidas”, avaliou.

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Estado de Greve

Os motivos apontados pela categoria envolvem desde acusações de produção de drogas nas universidades, inviabilidade de funcionamento – difamação dos servidores, destruição dos espaços democráticos, perda de direitos, ameaça sobre a progressão da categoria, perseguição política e até a possibilidade de perda do próprio emprego.

A professora Marluce Souza e Silva destacou que a universidade não sabe se terá condições de funcionar nos próximos meses. “Nós estamos fazendo um esforço para terminar esse semestre, mas eu tenho certeza de que a gente não começa o semestre que vem”, disse a docente.

Professores da UFMT em Sinop também relataram diversas situações de dificuldade. “As meninas da limpeza estão paradas porque a universidade não fez o repasse à empresa. O campus está imundo, a situação é insustentável”, disse a docente Gerdine Sanson.

No entanto, a professora destacou que não há um sentimento favorável à greve no campus. “Ou as pessoas não acreditam na eficácia da greve, ou têm medo dela. A impressão que dá é que são poucos que entendem a necessidade de uma greve. O posicionamento dominante é a paralisia”, afirmou.

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Graduada na Faculdade La Salle na cidade de Lucas do Rio Verde - MT, estagiou na Secretaria de Educação do município na área de ensino. Atualmente, exerce a função de repórter e redatora no portal CenárioMT, editoria Mundo, Mato Grosso e Cidadania.