O trânsito voltou a ser palco de uma ocorrência fatal e reacendeu o alerta sobre a segurança viária na região de Mato Grosso. A colisão registrada na noite de quinta-feira (23) na MT-130, em Primavera do Leste, causou a morte do motociclista Odirlei Bonfim, de 43 anos, e deixou a comunidade local consternada diante de mais um episódio com desfecho trágico.
Segundo informações da Polícia Civil, o acidente ocorreu quando um ônibus Marcopolo Paradiso G8, que seguia em direção a Paranatinga, realizou uma manobra para acessar uma estrada vicinal às margens da rodovia. No momento da conversão, houve a colisão lateral com a motocicleta Honda CG Fan conduzida por Odirlei, que trafegava no sentido oposto. A dinâmica aponta que o impacto foi imediato e impediu qualquer chance de reação por parte do motociclista.
Uma equipe médica do município foi acionada rapidamente para prestar socorro, porém constatou o óbito de Odirlei ainda no local. A área precisou ser isolada por policiais militares para garantir o trabalho da perícia, que realizou os levantamentos técnicos iniciais visando esclarecer detalhes como velocidade, distância de frenagem e ponto de contato entre os veículos.
Contexto e cenário de risco na MT-130
Embora a rodovia MT-130 seja um dos principais corredores para o escoamento agrícola do estado, ela também acumula um histórico de acidentes envolvendo motociclistas. Dados do Observatório Nacional de Segurança Viária apontam que, em 2024, o interior de Mato Grosso registrou um aumento de 18% nos casos de colisões entre motos e veículos de grande porte. O trecho entre Primavera do Leste e Paranatinga é citado com frequência pela população devido ao fluxo intenso de caminhões e ônibus, especialmente no período noturno.
Esse cenário levanta questionamentos: a sinalização atual é suficiente para evitar acidentes em acessos a estradas vicinais? A iluminação disponível na rodovia colabora para a segurança de quem trafega à noite? São pontos que moradores e motoristas da região vêm debatendo com mais intensidade, principalmente após ocorrências fatais como a de quinta-feira.
Especialistas em trânsito reforçam que manobras de conversão em rodovias estaduais exigem atenção redobrada. Estudos de engenharia viária destacam que, quando um veículo de grande porte utiliza pistas estreitas ou acessos não pavimentados, a probabilidade de colisões laterais cresce até 40%, especialmente em trechos sem iluminação adequada. Por isso, a recomendação é que condutores reduzam a velocidade e sinalizem com antecedência maior do que fariam em perímetros urbanos.
Investigação e próximos passos
O corpo de Odirlei foi encaminhado para exame de necropsia, procedimento padrão que auxilia a apuração das circunstâncias precisas do acidente. A investigação segue sob responsabilidade da Delegacia da Polícia Civil de Primavera do Leste, que deve considerar fatores como visibilidade, condições do asfalto, eventual consumo de álcool ou falha mecânica. Testemunhas que passaram pelo local no momento da ocorrência também podem contribuir para reconstruir a cronologia do impacto.
Acidentes com vítimas fatais mobilizam protocolos específicos, e a legislação de trânsito prevê responsabilização caso seja comprovada imprudência, negligência ou imperícia. Em episódios semelhantes, motoristas podem responder por homicídio culposo previsto no Código de Trânsito Brasileiro, o que inclui penas que vão de detenção a suspensão do direito de dirigir, dependendo da gravidade e das circunstâncias.
Para a população, além do sentimento de perda, fica o alerta: deslocamentos em rodovias exigem atenção contínua, especialmente no período noturno. Quem presencia condutas arriscadas pode acionar o 190 ou registrar denúncia anônima pelo 197. As informações iniciais sobre o caso foram divulgadas pela Polícia Civil.

















