Politec usa técnica inédita e identifica corpo carbonizado em Água Boa (MT)

Papiloscopista aplicou método químico para revelar digitais e confirmar identidade de vítima em acidente na MT-251.

Fonte: CenárioMT

Politec usa técnica inédita e identifica corpo carbonizado em Água Boa
Foto: Politec

ÁGUA BOA (MT) — Um trabalho técnico-científico da Politec de Água Boa permitiu identificar o corpo carbonizado encontrado após um acidente de trânsito na rodovia MT-251, próximo ao trevo de acesso a Campinápolis, em 4 de outubro de 2025. A confirmação foi divulgada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (9).

Segundo a corporação, o papiloscopista Fabrício Tarso utilizou um procedimento avançado de maceração química e rebatimento de pele — técnicas forenses que possibilitam a leitura de impressões digitais em tecidos internos quando a camada externa está destruída. O método permitiu obter fragmentos papilares suficientes para identificar a vítima como Juarez Mendes de Oliveira, morador de Campinápolis, sem necessidade de exame de DNA.

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O acidente foi registrado no fim da tarde de 5 de outubro, quando forças policiais e o Corpo de Bombeiros localizaram uma motocicleta completamente carbonizada e um corpo ao lado da pista. A placa do veículo (RAU4J09) foi parcialmente preservada nos destroços. Segundo a perícia, marcas no solo indicam que o condutor pode ter perdido o controle da moto antes de cair e arrastar-se pelo asfalto.

A ocorrência mobilizou a Politec, responsável pela perícia e necropsia, além da Polícia Civil, que acompanha a investigação. A técnica de identificação aplicada em Água Boa é considerada de alto nível pela perícia criminal e é raramente utilizada em acidentes no interior do estado.

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Legislação e procedimentos forenses

No Brasil, a identificação civil de vítimas é regida pela Lei nº 12.037/2009, que dispõe sobre a coleta de dados de identificação criminal. Em casos de carbonização, a prova papiloscópica é uma das principais ferramentas aceitas judicialmente, segundo o Ministério da Justiça. Apenas quando ela não é possível é que se recorre ao DNA, um processo mais demorado e oneroso.

Contexto: Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que, em 2023, o estado de Mato Grosso registrou mais de 1.500 mortes no trânsito, muitas delas em rodovias estaduais. Técnicas de perícia avançada, como a empregada em Água Boa, são cruciais para dar celeridade à identificação das vítimas e garantir o direito das famílias à verdade e ao luto.

Reportagem baseada em informações da Polícia Civil e da Politec de Água Boa.

Denúncias de irregularidades no trânsito podem ser feitas pelo 190. Para situações de emergência, acione o Corpo de Bombeiros pelo 193.

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Um criador de conteúdo e entusiasta de jogos e tecnologia, trabalha como redator no CenárioMT, é analista de TI e game designer no tempo livre.