Cuiabá (MT) — A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta terça-feira (21), a terceira fase da Operação Código Seguro, voltada ao desmantelamento de uma rede criminosa nacional envolvida em fraudes virtuais. Conforme divulgado pela instituição, a ação cumpre 48 ordens judiciais expedidas pelo Núcleo de Justiça do Juiz de Garantias de Cuiabá, incluindo sete mandados de prisão e bloqueio de valores que ultrapassam R$ 5,9 milhões.
As investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), identificaram alvos em nove estados brasileiros — entre eles São Paulo, Ceará, Maranhão, Bahia, Paraná e Amazonas — onde o grupo operava diferentes esquemas de fraude digital, como clonagem de cartões, comercialização de dados pessoais e manipulação de credenciais de acesso a sistemas governamentais restritos.
Rede nacional e diversificação de crimes
Segundo a Polícia Civil, os criminosos atuavam em uma estrutura organizada e descentralizada. O primeiro eixo identificado envolvia a manipulação de informações veiculares, com a compra de logins e senhas vazadas de sistemas de consulta restrita. Esses acessos eram utilizados para alterar dados de veículos furtados ou roubados, inserindo-os novamente no mercado de forma fraudulenta.
Com o avanço da investigação, os agentes descobriram que o grupo expandiu suas atividades para outros segmentos do cibercrime, utilizando plataformas de apostas esportivas e corretoras de criptomoedas para lavar dinheiro. Também foram detectadas fraudes contra aplicativos de transporte, como 99 e Uber, e empresas de recarga digital, incluindo a RecargaPay.
Mandados e cooperação interestadual
Os mandados de busca, apreensão e prisões foram executados fora de Mato Grosso, com o apoio das Polícias Civis do Amazonas, Bahia, Maranhão, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. As ações foram coordenadas pela Coordenadoria de Enfrentamento ao Crime Organizado (Cecor), vinculada à Diretoria de Inteligência da Polícia Civil mato-grossense.
De acordo com o delegado Guilherme Fachinelli, titular da DRCI, esta fase representa um marco no combate aos crimes cibernéticos. “A operação demonstra a capacidade técnica e operacional da Polícia Civil em identificar e desarticular redes que atuam em larga escala no ambiente virtual, protegendo dados e o patrimônio da sociedade”, afirmou.
Histórico e contexto
A Operação Código Seguro teve início em 2023, após acessos indevidos a sistemas policiais utilizando credenciais comprometidas. As fases anteriores ocorreram em julho e novembro de 2024. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou um aumento de 26% nos casos de crimes cibernéticos entre 2022 e 2024, impulsionado pela maior circulação de dados pessoais em ambientes digitais e pelo uso crescente de plataformas financeiras online.
Entenda:
- Operação: Código Seguro — 3ª fase
- Mandados: 48 (7 prisões, 15 buscas, 15 afastamentos telemáticos)
- Estados atingidos: 9
- Valor bloqueado: R$ 5,9 milhões
- Crimes investigados: fraudes digitais, lavagem de dinheiro, violação de sistemas restritos
Reportagem baseada em informações oficiais da Polícia Civil de Mato Grosso e dados complementares do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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