A Polícia Civil de Mato Grosso desferiu um duro golpe contra o crime organizado, prendendo cerca de 100 pessoas em nove operações de grande porte. As ações, que ocorreram entre 19 e 23 de maio, não se limitaram ao território mato-grossense, alcançando criminosos em mais seis estados brasileiros.
As operações visaram líderes de facções, golpistas e foragidos da Justiça, combatendo desde o tráfico de drogas e organização criminosa até estelionatos coletivos, homicídios, torturas, crimes contra a infância, falsificação de documentos e fraudes financeiras e digitais contra consumidores.
Durante os cinco dias de ação, foram cumpridos quase 200 mandados, incluindo prisões, buscas e apreensões, sequestros, suspensões e bloqueios bancários. Essas medidas resultaram na descapitalização de grupos criminosos e em um prejuízo financeiro milionário para as organizações.
Um exemplo notável é a Operação Tempus Finis, que desarticulou uma facção criminosa envolvida em homicídios, torturas e tráfico de drogas em Terra Nova do Norte. Os criminosos utilizavam uma espécie de “tribunal do crime” para julgar rivais ou quem desobedecesse às suas ordens. Dez pessoas foram presas nessa operação, sendo duas em flagrante, e houve apreensão de armas e cocaína.
Alcance Nacional e Estratégia Policial
As investigações da Polícia Civil de Mato Grosso se estenderam por outros estados, alcançando criminosos em Goiás, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Pará e Paraíba, com o apoio das polícias civis locais.
A Operação Personal, por exemplo, envolveu 144 policiais e 52 viaturas, cumprindo mandados em Mato Grosso e no Paraná. Essa ação resultou em 98 ordens judiciais executadas, sendo 16 mandados de prisão, 48 de busca e apreensão e 34 de bloqueio de contas bancárias, mirando uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
A delegada-geral da Polícia Civil, Daniela Maidel, ressaltou o trabalho minucioso por trás das operações. “Apurar crimes e produzir provas sólidas de autoria são algumas das ações que antecedem a deflagração de uma operação, que exige meses de trabalho do policial civil. Trata-se de uma sequência de atos complexos e ordenados que garantem a segurança e a legalidade da investigação, bem como o sucesso na obtenção de bons resultados”, afirmou.
Ela destacou que o balanço das operações demonstra a “capacidade estratégica, repressiva e de articulação interinstitucional da Polícia Civil para atacar núcleos estruturais de facções, desarticular golpes financeiros em larga escala e combater crimes cibernéticos e fraudes comerciais, promovendo, assim, a desarticulação de organizações criminosas e uma resposta efetiva à sociedade”.