A Polícia Federal e a Receita Federal realizaram, na manhã desta quarta-feira (22), uma grande ofensiva contra o contrabando de cigarros eletrônicos e outras mercadorias ilegais em Mato Grosso. A ação mobilizou efetivos em seis municípios do estado e também em São Paulo, com o objetivo de desarticular uma estrutura criminosa voltada à importação e distribuição desses produtos no mercado nacional.
Conforme informações divulgadas pela Polícia Federal, a operação resultou no cumprimento de 33 mandados judiciais, entre eles 28 de busca e apreensão e 5 de prisão preventiva. Também foi determinado o bloqueio de bens e valores pertencentes aos suspeitos. As medidas foram executadas em Mirassol D’Oeste, Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis, Rondonópolis, Cuiabá e Várzea Grande, além da capital paulista, onde o grupo mantinha um núcleo financeiro.
A operação contou com apoio da Polícia Militar, incluindo equipes da 15ª e 16ª CIPM, ALI 17º BPM e 7º CR, responsáveis por garantir a segurança no cumprimento dos mandados. Segundo apurações iniciais, os investigados atuavam em rede, utilizando empresas de fachada e transportadoras para movimentar grandes quantidades de produtos contrabandeados sem registro sanitário ou tributário.
Estrutura financeira e impacto regional
De acordo com fontes ligadas à investigação, os lucros do grupo ultrapassavam cifras milionárias e eram reinvestidos em novas remessas vindas do exterior. Estima-se que apenas no primeiro semestre de 2024, o comércio ilegal de cigarros eletrônicos tenha crescido 23% em Mato Grosso, conforme dados da Secretaria de Fazenda estadual. Esse tipo de produto, além de proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), tem sido cada vez mais utilizado como fachada para lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
As autoridades destacam ainda que os cigarros eletrônicos apreendidos não seguem padrões mínimos de segurança, oferecendo riscos diretos à saúde. O crime, segundo o Código Penal, pode ser enquadrado nos artigos 334 e 334-A, que tratam de contrabando e descaminho, cujas penas variam de um a cinco anos de reclusão.
Desdobramentos e próximos passos
Durante as diligências, documentos e equipamentos eletrônicos foram recolhidos para análise, com o objetivo de identificar os responsáveis pela contabilidade paralela do grupo. As investigações continuam sob sigilo, e os presos foram encaminhados para unidades da PF em Cuiabá e Rondonópolis. A expectativa é que novas fases da operação sejam deflagradas nas próximas semanas, com base nas informações apreendidas.
Denúncias sobre o comércio e distribuição de produtos ilegais podem ser feitas de forma anônima pelos canais da Polícia Federal ou pelo Disque-Denúncia 181. As informações foram confirmadas pela assessoria de comunicação da Polícia Federal.