Pesquisador da UFMT participa de expedição para descobrir onde África e América do Sul se separaram há 120 milhões de anos

Fonte: OLHAR DIRETO

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Cerca de sessenta dias a bordo de um navio, ao lado de pesquisadores de todo o mundo. É isso que o ano de 2020 reserva para o gaúcho Carlos D’Apolito, 34, doutor e pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso. Ele, que é geontólogo, será um dos integrantes da expedição IODP 388: ‘Equatorial Atlantic Gateway’, que começará em junho de 2020, na costa de Pernambuco.

Carlos é natural de Passo Fundo (RS), graduado em biologia pela Universidade Federal da Grande Dourados, mestre em botânica pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e doutor em geociências pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra. Na UFMT ele chegou em 2017, com uma bolsa de pós-doutorado. Em seguida, passou a integrar um projeto de Desenvolvimento Científico Regional (programa em conjunto da entidade local de amparo à pesquisa do Mato Grosso, a FAPEMAT, e do CNPq), que segue até 2020.

Em Mato Grosso, Carlos tem como foco o Pantanal. “Meu projeto está criando uma coleção biológica na faculdade de geociências (FAGEO) da UFMT. É uma coleção do pólen das plantas do Pantanal”, explica. “Cada planta tem um pólen com uma forma diferente. Nós coletamos este material de herbários, como o herbário da UFMT e da UFMS, processamos no laboratório na FAGEO e montamos lâminas permanentes de vidro para microscopia. Já temos mais de 1300 plantas catalogadas nesta coleção”.

Segundo o doutor, a importância da pesquisa é multidisciplinar, já que o foco é “Estudar os grãos de pólen fósseis em sedimentos de milhares de anos atrás do Pantanal. Por isso a coleção: para compararmos os fósseis com os recentes. Desta forma podemos reconstruir a vegetação de milhares de anos atrás, e assim falar também de clima na região”.

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