Uma operação conjunta em Mato Grosso, resgatou vinte trabalhadores, incluindo uma mulher e dois menores de idade, que se encontravam em condições análogas à escravidão em Nova Maringá, a 390 km de Cuiabá. A ação, coordenada pela Auditoria Fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), ocorreu em um local de extração de lenha em uma área de desmatamento.
Os fiscais constataram que a maioria do grupo, 16 pessoas, não possuía registro formal de trabalho e recebia apenas por produção, sem um salário fixo. Os outros quatro, embora registrados, recebiam a maior parte de sua remuneração “por fora” e também vinculada à produtividade.
A equipe de fiscalização identificou que os trabalhadores viviam confinados e sem ter como deixar o local. O ponto de extração de lenha fica a 120 km da cidade mais próxima, em uma área isolada sem acesso a transporte. Os trabalhadores relataram que não tinham dinheiro para custear a viagem de volta para casa.
As condições de moradia eram degradantes. Quatro deles estavam em um contêiner sem camas ou ventilação adequada. Os demais dormiam em barracos improvisados de lona, sem acesso a instalações sanitárias. Eles relataram que faziam suas necessidades no mato e que tomavam banho em um córrego próximo.
O empregador foi obrigado a pagar R$ 418 mil em verbas rescisórias e a custear a saída dos trabalhadores do local. O Ministério Público do Trabalho (MPT) propôs um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) aos responsáveis. A ação de resgate contou com a participação do MTE, MPT, Polícia Federal e Defensoria Pública da União, além de um projeto que promove o acolhimento pós-resgate dos trabalhadores.


















