O cerco ao crime organizado resultou em uma série de prisões que reacendem o debate sobre a eficiência das operações de captura em Mato Grosso. Dez pessoas que estavam foragidas da Justiça foram presas pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (15), durante a Operação Hidden, conduzida pela Gerência Estadual de Polinter e Capturas (Gepol). Os suspeitos eram procurados por crimes graves, entre eles homicídio, tráfico de drogas, estupro e estelionato.
Sete dos mandados foram cumpridos na região metropolitana de Cuiabá, enquanto outros três ocorreram em municípios do interior. As investigações envolveram monitoramento de endereços, cruzamento de dados em sistemas judiciais e vigilâncias discretas realizadas por equipes de campo. O nome da operação, que em inglês significa “escondido”, faz alusão à tentativa dos alvos de se manterem ocultos para escapar da Justiça.
Rastreamento e prisões em áreas urbanas e rurais
Entre os presos está P.C.S.A., de 28 anos, que teve a prisão decretada pela 13ª Vara Criminal de Cuiabá por envolvimento com o tráfico. Segundo a polícia, ele mantinha pontos de venda de entorpecentes no bairro Jardim Eldorado e tentou fugir para uma área de mata ao perceber a aproximação dos agentes. Com ele, os investigadores encontraram porções de drogas e dinheiro em espécie. O detido foi encaminhado à audiência de custódia e permanece à disposição do Judiciário.
De acordo com a delegada titular da Gepol, Sílvia Pauluzi, as ações da unidade são contínuas e têm como foco a retirada de criminosos das ruas. “O objetivo é identificar e capturar foragidos antes que voltem a praticar novos crimes. Cada prisão representa um ganho direto para a segurança pública”, afirmou.
Contexto e desafios na busca por foragidos
Levantamento recente da Secretaria de Segurança Pública indica que o número de mandados de prisão em aberto no estado ultrapassa 6,4 mil — um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2023. Esse cenário pressiona as equipes de inteligência e reforça a importância de operações integradas como a Hidden, que concentram esforços em indivíduos com histórico de reincidência.
Especialistas apontam que o uso de ferramentas de análise de dados e o apoio de denúncias anônimas têm ampliado o alcance das investigações. A Gepol, que atua há mais de uma década no rastreamento de procurados, vem adotando protocolos semelhantes aos de divisões especializadas em estados como São Paulo e Paraná, com ênfase na cooperação entre delegacias regionais.
Após a conclusão das diligências, todos os detidos foram apresentados à Justiça e deverão responder conforme o tipo penal de cada caso. O crime de tráfico de drogas, por exemplo, está previsto no Art. 33 da Lei nº 11.343/2006, com pena de 5 a 15 anos de reclusão. Já os investigados por homicídio enfrentam enquadramento no Art. 121 do Código Penal.
As informações foram confirmadas pela assessoria da Polícia Civil, que destacou que novas etapas da operação devem ocorrer até o fim do mês. Denúncias sobre foragidos podem ser encaminhadas de forma anônima ao número 197.