O avanço das exportações consolida Nova Mutum como um dos principais polos industriais de Mato Grosso. Nos últimos oito meses, as empresas locais movimentaram o equivalente a US$ 832,57 milhões — cerca de R$ 4,57 bilhões — em produtos destinados a mercados como China, Japão, Vietnã e Indonésia, segundo dados do Ministério da Economia.
Com essa performance, o município garantiu o quinto lugar no ranking estadual de exportações, respondendo por aproximadamente 4% de todo o volume comercializado pelo estado no exterior. O resultado reflete o peso crescente da cadeia agroindustrial na região, impulsionada pela safra recorde e pela diversificação das plantas de processamento de grãos.
A soja segue no topo da pauta de exportações, representando 48,1% das vendas externas de Nova Mutum. Na sequência, aparecem as tortas e outros resíduos da extração do óleo de soja, com 27,1%; o milho, com 12,5%; e o algodão não cardado nem penteado, com 6,1%. O óleo de soja e suas frações refinadas completam o grupo dos principais produtos, com 2,9% do total.
Expansão regional e comparação com cidades vizinhas
Enquanto Mutum fortalece sua base exportadora, outras cidades do norte do estado também registram números expressivos. Em Sorriso, o volume embarcado chegou a US$ 1,949 bilhão (R$ 10,41 bilhões), seguido por Sinop, que atingiu US$ 1,422 bilhão (R$ 7,58 bilhões). Juntas, as três cidades respondem por uma fatia significativa das exportações mato-grossenses, que seguem em expansão contínua há três anos consecutivos, conforme levantamento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
De acordo com o economista rural Eduardo Baccarin, o crescimento da balança comercial desses municípios está diretamente ligado à modernização dos modais logísticos, com destaque para o escoamento pela BR-163 e pelo terminal ferroviário de Rondonópolis. “Essas obras reduziram o custo do frete e abriram novos horizontes para as indústrias do norte mato-grossense”, pontuou.
Contexto e impacto econômico
O desempenho de Nova Mutum chama atenção por outro motivo: o município é o que mais ampliou sua participação nas exportações em relação a 2023, com alta de 23%, segundo o Observatório da Indústria da FIEMT. Esse avanço reforça a importância da industrialização local como vetor de geração de empregos e aumento da arrecadação de impostos — fatores que, segundo o órgão, são fundamentais para sustentar o crescimento equilibrado no interior.
Com a expectativa de uma nova safra acima de 40 milhões de toneladas de grãos no estado, a tendência é que os números se mantenham em alta até o final do ano. As autoridades locais já estudam estratégias para ampliar o parque industrial e atrair novas empresas do setor de biocombustíveis e logística.
As informações foram confirmadas por dados oficiais do Ministério da Economia e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso.
