O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso aplicou R$ 205,5 milhões em multas administrativas contra responsáveis pelo uso irregular do fogo em áreas rurais. As autuações começaram em junho, com o início do período proibitivo, quando as condições climáticas aumentam os riscos de incêndios florestais.
Até agora, cerca de 144 mil hectares foram fiscalizados, resultando em 153 autos de infração. Segundo o comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), tenente-coronel BM Rafael Ribeiro Marcondes, a intensificação da fiscalização e o uso de tecnologias como imagens de satélite, drones e georreferenciamento têm ampliado a identificação de focos de calor e a responsabilização dos infratores.
A mais recente ação ocorreu durante a Operação Abafa Amazônia 2025, que aplicou aproximadamente R$ 78 milhões em multas somente na região Norte do estado. Nessa operação, 22 infratores foram autuados pela degradação de mais de 7 mil hectares de vegetação nativa.
Além das multas, os responsáveis podem responder civil e criminalmente pelos danos causados, conforme prevê a Lei Federal nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais) e o Decreto nº 6.514/2008, que trata das sanções administrativas em matéria ambiental. A iniciativa integra o programa Tolerância Zero Contra Crimes Ambientais, coordenado pelo governo estadual.
O Corpo de Bombeiros reforça que o uso do fogo está proibido para limpeza e manejo em todo o território estadual. Entre 1º de junho e 31 de dezembro, a restrição vale para o Pantanal; na Amazônia e Cerrado, vai de 1º de julho a 30 de novembro; e nas áreas urbanas, a proibição é válida durante todo o ano.
A população pode denunciar focos de incêndio ou queimadas ilegais pelos números 193 (Corpo de Bombeiros) e 190 (Polícia Militar). A colaboração comunitária é considerada essencial para preservar os recursos naturais e coibir crimes ambientais.