No ano passado, as estatísticas de violência doméstica no Mato Grosso sinalizaram um cenário preocupante: segundo o relatório da Defensoria Pública de Mato Grosso, os anos de 2021 a 2024 permaneceram com elevados índices de agressões entre pessoas em convívio íntimo.
Na madrugada deste domingo (26.10), a equipe da Polícia Militar de Mato Grosso em Porto Alegre do Norte prendeu uma mulher, de 30 anos, acusada de lesionar o namorado — um homem de 33 anos — e ameaçá-lo com um canivete. Ele apresentava ferimentos no ombro e no quadril, segundo o boletim. A condução da investigação ficou sob responsabilidade da delegacia local.
De acordo com o relato da vítima, ao chegar em casa a companheira, visivelmente embriagada, iniciou agressões físicas após ele recusar manter relação sexual. Ele também denunciou que foi ameaçado com a arma branca. Ao chegarem ao imóvel, os militares encontraram o homem acompanhado da mãe e do filho do casal. A mulher teria quebrado objetos na residência, levado o filho para a rua com intenção de deixar o domicílio e, em seguida, foi contida pelos agentes.
Contexto ampliado e implicações legais
Em contexto regional, o município de Porto Alegre do Norte, situado na mesorregião nordeste de Mato Grosso, segue marcando índices de violência doméstica e familiar que exigem atenção. Além disso, segundo estudo recente, casos de violência doméstica são sub-registrados no Brasil — o que significa que a real incidência pode ser maior do que os números oficiais apontam.
Na esfera jurídica, o ocorrido configura crime de lesão corporal seguido de ameaça, podendo ser enquadrado no art. 129 do Código Penal (lesão corporal) e no art. 147 (ameaça). Se fosse o caso de violência contra mulher por razão de gênero, poderia ainda ser considerado sob a égide da Lei Maria da Penha (Lei n.º 11.340/2006).
Este é ao menos o **3º registro** deste tipo no município somente neste ano — segundo fontes policiais locais — o que acende luz vermelha para padrões de violência doméstica no pequeno município. Importante destacar: o risco de reincidência, segundo pesquisadores, cresce quando o convívio entre autor e vítima permanece ininterrupto.
Por fim, após a prisão, a mulher foi encaminhada à delegacia para o registro da ocorrência e demais providências. A PM informa que a sociedade pode contribuir denunciando anonimamente pelo número 190 ou pelo 0800 065 3939.
Para quem foi vítima ou conhece alguém em situação de risco: procure a delegacia especializada ou disque 180. Se possível, registre fotos de lesões, preserve testemunhas e documente o ciclo de violência — isso fortalece o caminho para medidas protetivas. (Fonte: boletim da Polícia Militar de Mato Grosso e protocolo de atendimento da Defensoria Pública.)


















