Meningite volta a preocupar em Mato Grosso com oito mortes e baixa cobertura vacinal

Estado já confirmou 49 casos da doença em 2025; vacinação atinge apenas 70% da população, abaixo da meta de 95% recomendada pelo Ministério da Saúde

Fonte: CenarioMT

Dose de reforço da vacina contra meningite oferece proteção ampliada para bebês
Foto: TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL

Com oito mortes registradas e a vacinação abaixo da meta, a meningite volta a acender o sinal de alerta em Mato Grosso. Desde o início de 2025, já foram confirmados 49 casos da doença, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Três das mortes ocorreram pela forma mais grave — a meningite bacteriana — que vitimou pessoas em Cuiabá, Várzea Grande e Confresa. Outros 17 casos seguem em investigação.

A baixa cobertura vacinal é o principal motivo de preocupação das autoridades sanitárias. O índice atual, de 70% da população imunizada, está bem abaixo dos 95% recomendados pelo Ministério da Saúde para garantir proteção coletiva. Especialistas reforçam que a vacinação é a forma mais eficaz de evitar a doença, especialmente a meningite bacteriana, que tem alto risco de complicações e morte.

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Além das três mortes causadas pela forma bacteriana, outros óbitos foram registrados em Alta Floresta, Diamantino, Peixoto de Azevedo, Rondonópolis e Sinop. Apesar dos números alarmantes, a SES afirma que o estado não enfrenta um surto, mas reforça a importância da prevenção e da vigilância ativa, com foco na imunização.

A pediatra Letícia Santiago explicou que a meningite é uma inflamação das meninges — membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal — e pode ser causada por vírus ou bactérias. “Entre os tipos bacterianos, o meningococo tipo C é o mais comum no Brasil. A vacina contra ele existe há anos e é altamente eficaz, reduzindo em até 85% o risco de doença grave e morte”, destacou.

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A médica também alerta que outras vacinas protegem contra agentes que causam meningite, como a pneumocócica e a hexavalente, disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Manter o calendário vacinal em dia é fundamental para evitar casos graves e óbitos”, reforça.

Municípios com menor cobertura vacinal

Dados da SES apontam que os cinco municípios com piores índices de vacinação são:

Indiavaí (47,37%)

São Pedro da Cipa (42,86%)

General Carneiro (41,54%)

Ponte Branca (40%)

Araguainha (37,50%)

A situação preocupa as autoridades de saúde, que associam os baixos índices à dificuldade de acesso à informação, problemas logísticos e infraestrutura limitada em alguns municípios do interior. Segundo a SES, equipes de vigilância estão reforçando ações de busca ativa e conscientização para ampliar a cobertura vacinal e reduzir os riscos de disseminação da doença.

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Reporter e editor do CenárioMT, possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre a região norte de Mato Grosso. Cargo: Repórter, DRT: 0001686-MT